Por Valéria
Nader e Gabriel Brito
Acompanhar a realidade brasileira e as narrativas
sobre ela tem sido uma experiência complexa.
Em um dia, e por um lado, aparecem, nas grandes
mídias, notícias que destacam um crescimento do emprego e do rendimento do
trabalho em alguns meses, a perda de fôlego na subida da inflação e até mesmo a
recuperação da aprovação ao atual governo diante da queda bombástica da mesma
após as manifestações de junho. Até aí, estamos frente a um cenário bem
tranquilo no Brasil, bom para o governo e para a população. Em outros dias, e
por outro lado, são os mesmos veículos a destacarem os grandes insucessos com
que tem se deparado o governo, em face, especialmente, da desistência do leilão
do pré-sal pelas grandes corporações do petróleo mundial e da baixa adesão de concorrentes
para as concessões de rodovias, ferrovias e aeroportos - o que seriam consequências de um Estado
dirigista e de condições escorchantes impostas aos grupos privados.
Tantas meias-verdades, quando não grosseiras
manipulações, inserem-se e decorrem de
contexto em que já está acirrado o debate eleitoral (faltando ainda
quase um ano para o próximo pleito presidencial) e no qual grandes
infraestruturas econômicas (ou o que restou delas) estão novamente no olho de
uma acirrada disputa intercapitalista. Para comentar e analisar estes fatos, o
Correio da Cidadania conversou com o engenheiro
e professor da USP Ildo Sauer, ex-diretor de energia e gás da Petrobras no
mandato de Lula.
Em uma conversa que forçosamente teve início pelo
primeiro e próximo leilão do pré-sal – do qual os atuais mandatários parecem
que não vão arredar pé, a despeito de tantos clamores em contrário, de
movimentos sociais até reconhecidos técnicos e estudiosos do setor –, o
engenheiro utilizou de sua costumeira
lucidez e contundência. Os grandes atores capitalistas que têm ganhado espaço
no Brasil nas últimas gestões, desde FHC, passando por Lula, e agora com Dilma,
serão, segundo Ildo, novamente contemplados no setor do petróleo. Um processo
que se revigora a cada nova investida, e sob a guarda principal do BNDES,
Para o engenheiro,
“esse hibridismo do projeto fernandista com o projeto lulista/dilmista
coloca um contexto no qual o governo, agora, promove o leilão parcial do
petróleo já encontrado, coisa que nenhum país do mundo faz”. É ainda enfático ao dizer que “vender
petróleo já descoberto, em leilão, sem quantificar exatamente seu valor, é uma
inovação absolutamente estarrecedora, criada por este governo, inspirado na
legislação do modelo de partilha, proposto em 2002, como um avanço em relação
às concessões, quando ainda persistia um risco grande em relação aos modelos
geológicos. Porém, quando o pré-sal foi confirmado (uma teoria de décadas, que
só pôde ser comprovada com o avanço da geofísica e dos novos modelos computacionais,
nos anos de 2004, 2005, 2006 e 2007 na Petrobras), o modelo de partilha foi
superado, já ali”.
A primeira parte da entrevista pode ser lida a
seguir. Na segunda parte, que será em breve publicada, prossegue-se com o
enfoque de outros setores que passam por lógica de reestruturação semelhante à
do petróleo e com uma avaliação do cenário eleitoral.
Ver
entrevista na íntegra em:
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