“A educação não pode temer o debate sob pena de ser
uma farsa”
Paulo Freire
Paulo Freire
afirmava que ser educador e não lutar é uma contradição pedagógica. A frase do
mestre, autor de uma proposta pedagógica que revolucionou a educação no Brasil
e influenciou práticas educacionais no mundo inteiro, é bastante apropriada
neste momento de luta dos profissionais das redes estadual e municipal e da
passagem de mais um Dia do Educador, no qual a intolerância dos governos
estadual e municipal faz com que pouco tenhamos a comemorar.
Desde o dia
8 de agosto, estas redes estão na rua, denunciando para a população as
políticas pedagógicas que visam a destruição da educação e reivindicando do
governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes garantias para que a escola
pública possa funcionar melhor.
Mesmo
debaixo das bombas da polícia do governador e das nuvens de gás de pimenta e
lacrimogêneo utilizados contra as nossas manifestações, os educadores das
escolas públicas estaduais e municipais têm dado um exemplo maior de cidadania,
enfrentando, com sobriedade e valentia, as mais diversas adversidades que a
intransigência dos governos proporciona.
Os governos
do Estado e do Município do Rio atacam educadores de um jeito tal qual a
ditadura militar fez. A ameaça de um inquérito por abandono de cargo por conta
de uma greve que tem repercussão internacional é a expressão dessa política
truculenta. O monitoramento dos profissionais em greve e a criminalização do
nosso movimento são inconcebíveis em um Estado de direito.
A greve dos
profissionais de educação, além de reivindicar justas melhorias salariais,
pretende qualificar todo o processo pedagógico, recuperando a infraestrutura
das escolas e, acima de tudo, valorizando a profissão do educador.
Desta forma,
a luta dos profissionais de educação deve ser considerada como uma qualidade
inerente à categoria do educador. Categoria que, neste preciso momento, além da
firmeza com que defende as suas reivindicações, reveste-se, também, de muita
coragem para enfrentar a violência repressora dos governos, que parecem
desconhecer, em todos os sentidos, a grandeza e o conceito da Educação.
Se vivo
fosse, o mestre Paulo Freire concordaria com a nossa luta e nos apoiaria.
Parabéns a todos e todas que estão nesta luta por uma Educação pública
gratuita, em especial os professores e funcionários de todas as redes públicas
do Estado do Rio de Janeiro.
Uma pergunta
que não quer calar: Qual é o presente que Cabral e Paes darão aos profissionais
da educação nesse dia 15 de outubro?
Diretoria do
Sepe Núcleo Rio das Ostras e Casimiro de Abreu
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