terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Unesco premia Frei Betto por contribuição à paz




O mineiro Carlos Alberto Libânio Christo, mais conhecido como Frei Betto, foi reconhecido nesta sexta-feira pela diretoria geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) por seu trabalho de educador, escritor e teólogo, e será agraciado no próximo dia 30 com o Prêmio José Martí 2013. A cerimônia de entrega do prêmio vai acontecer em Havana, durante a terceira Conferência Internacional pelo Equilíbrio do Mundo, realizado na capital cubana de 28 a 30 de janeiro e marca o 160º aniversário do nascimento de José Martí.

Frei Betto foi escolhido após a recomendação de um júri internacional, que o elogiou por sua "contribuição à construção de uma cultura de paz universal e a justiça social e os direitos humanos na América Latina e no Caribe". "Frei Betto (Belo Horizonte, 1944) foi eleito por seu trabalho como educador, escritor e teólogo, por sua oposição a todas as formas de discriminação, injustiça e exclusão e por sua promoção da cultura de paz e os direitos humanos", disse um comunicado oficial da Unesco.

O prêmio José Martí, criado em 1994 por iniciativa do governo de Fidel Castro, reconhece "contribuições extraordinárias de organizações e de indivíduos à unidade e a integração da América Latina e do Caribe baseada no respeito das tradições culturais e nos valores humanistas".

O último vencedor do prêmio, de US$ 5 mil, foi o analista político argentino Atilio Alberto Borón, por sua contribuição à unidade e integração dos países da América Latina e do Caribe e por sua contribuição ao estudo e a promoção do pensamento do apóstolo da independência de Cuba, concluiu a Unesco.

Biografia

Frei Betto, premiado autor de mais de 50 livros traduzidos para vários idiomas, ingressou na ordem dos dominicanos aos 20 anos, quando estudava jornalismo. Durante a ditadura militar, foi preso duas vezes, a primeira em 1964, que o levou a deixar a universidade, e a segunda entre 1969 e 1973, por colaborador com a organização guerrilheira Ação Libertadora Nacional (ALN), que dirigia Carlos Marighella.

Quando recuperou a liberdade, trabalhou durante cinco anos em uma favela da cidade de Vitória.

Durante a década dos anos 1980, foi consultor sobre as relações Igreja-Estado de vários países como Nicarágua, Cuba, China, União Soviética, Polônia e Tchecoslováquia e na década seguinte integrou o conselho da Fundação Sueca de Direitos Humanos.

Adepto à Teologia da Libertação e militante de movimentos pastorais e sociais, foi assessor especial do ex-presidente Lula entre 2003 e 2004 e foi coordenador de Mobilização Social do programa "Fome Zero".


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