O mineiro Carlos Alberto Libânio Christo, mais
conhecido como Frei Betto, foi reconhecido nesta sexta-feira pela diretoria
geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(Unesco) por seu trabalho de educador, escritor e teólogo, e será agraciado no
próximo dia 30 com o Prêmio José Martí 2013. A cerimônia de entrega do prêmio
vai acontecer em Havana, durante a terceira Conferência Internacional pelo
Equilíbrio do Mundo, realizado na capital cubana de 28 a 30 de janeiro e marca
o 160º aniversário do nascimento de José Martí.
Frei Betto foi escolhido após a recomendação de um
júri internacional, que o elogiou por sua "contribuição à construção de
uma cultura de paz universal e a justiça social e os direitos humanos na
América Latina e no Caribe". "Frei Betto (Belo Horizonte, 1944) foi
eleito por seu trabalho como educador, escritor e teólogo, por sua oposição a
todas as formas de discriminação, injustiça e exclusão e por sua promoção da
cultura de paz e os direitos humanos", disse um comunicado oficial da
Unesco.
O prêmio José Martí, criado em 1994 por iniciativa
do governo de Fidel Castro, reconhece "contribuições extraordinárias de
organizações e de indivíduos à unidade e a integração da América Latina e do
Caribe baseada no respeito das tradições culturais e nos valores
humanistas".
O último vencedor do prêmio, de US$ 5 mil, foi o
analista político argentino Atilio Alberto Borón, por sua contribuição à
unidade e integração dos países da América Latina e do Caribe e por sua
contribuição ao estudo e a promoção do pensamento do apóstolo da independência
de Cuba, concluiu a Unesco.
Biografia
Frei Betto, premiado autor de mais de 50 livros traduzidos para vários idiomas, ingressou na ordem dos dominicanos aos 20 anos, quando estudava jornalismo. Durante a ditadura militar, foi preso duas vezes, a primeira em 1964, que o levou a deixar a universidade, e a segunda entre 1969 e 1973, por colaborador com a organização guerrilheira Ação Libertadora Nacional (ALN), que dirigia Carlos Marighella.
Quando recuperou a liberdade, trabalhou durante
cinco anos em uma favela da cidade de Vitória.
Durante a década dos anos 1980, foi consultor sobre
as relações Igreja-Estado de vários países como Nicarágua, Cuba, China, União
Soviética, Polônia e Tchecoslováquia e na década seguinte integrou o conselho
da Fundação Sueca de Direitos Humanos.
Adepto à Teologia da Libertação e militante de
movimentos pastorais e sociais, foi assessor especial do ex-presidente Lula
entre 2003 e 2004 e foi coordenador de Mobilização Social do programa
"Fome Zero".
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