A população que mais cresce no Brasil é a de
idosos. Para 2025, o IBGE estima que o Brasil tenha uma população de cerca de
32 milhões de pessoas nessa faixa etária. Com a pirâmide demográfica em
transformação, a sociedade não pode deixar de refletir sobre esse novo grupo,
até porque os jovens de hoje serão os idosos de amanhã.
"Compreender o processo de envelhecimento é
importante para que as pessoas possam avaliar a necessidade de se adotar certos
hábitos de vida, a fim de interferir positivamente neste processo", afirma
o geriatra Mauro Piovisan, do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do
Paraná. São idosas as pessoas com mais de 65 anos nos países desenvolvidos, e
com mais de 60 nos em desenvolvimento, de acordo com padronização da
Organização Mundial de Saúde.
Cientificamente sabe-se que o processo de
envelhecimento não pode ser detido. Mas pode ser retardado. Alguns vivem mais,
mantêm-se muito jovens para a sua idade cronológica e têm uma qualidade de vida
melhor do que outros por diversos fatores. Entre eles, as condições
socioeconômicas, culturais, de personalidade, da maneira como vêem o mundo, de
espiritualidade, dos estímulos que recebem. Além disso, há as características
de comportamentos e predisposições que são herdadas geneticamente.
As pessoas são diferentes entre si. Seja pela
idade, peso, altura, sexo, cor da pele, força, inteligência. Um conjunto de
fatores genéticos interage com o meio e com as variações do estilo de vida,
desenvolvendo comportamentos singulares, e particularizando as diferenças
individuais. Mas como a longevidade não pode ser diagnosticada geneticamente, é
aconselhável a prevenção durante toda a vida. Por meio de mudanças
comportamentais, as pessoas que morreriam mais cedo acabam vivendo mais que a
média do tempo de vida humana, ao corrigir maus hábitos como tabagismo,
obesidade, álcool em excesso, isolamento social, inatividade física.
Educadores
de olho no coração e na pressão
As doenças que mais causam óbitos entre idosos,
segundo a geriatra Nélia Osório, professora da Universidade Federal de
Tocantins, são a cardiopatia e a hipertensão. No caso dos/as aposentados/as da
educação, de acordo com pesquisa do Dieese, o problema de saúde que ocorre com
maior freqüência é a pressão alta, causada em grande parte por falta de
exercícios físicos, alimentação inadequada e estresse. O estado com maior
incidência da doença é Goiás, com 60,9% das ocorrências, e o de menor índice é
o Paraná, alcançando 34,6%.
A atividade física, recomendada por um profissional
de educação física, é uma das alternativas mais eficazes para esse tipo de
doença, desde que bem orientada e que esteja de acordo com as necessidades de
cada um. "Já vi casos de idosos que começaram a correr, e depois de seis
meses tiveram que fazer operação no joelho por causa da falta de orientação
profissional. É preciso ter cuidado", afirma Piovesan.
Depois da pressão alta, os problemas de coluna
estão entre as principais dificuldades encontradas pelos profissionais da
educação aposentados, causados pelo grande número de horas passadas em posições
incômodas. Outras doenças recorrentes, segundo o estudo, são varizes, devido ao
longo tempo em que os docentes permanecem em pé, além da osteoporose e artrose.
A perda muscular é também fator de preocupação com o decorrer da idade, como
lembra Piovesan.
Destacam-se, em menor incidência, as doenças
respiratórias, muitas vezes provenientes de alergias provocadas pelo pó de giz,
e os problemas de voz, pelo excesso de tempo em que o professor permanece
falando. O estado em que o problema é mais recorrente é o Maranhão, totalizando
25% das ocorrências entre as doenças analisadas.
Uma questão de estilo de vida
Para Piovesan, cuidados médicos são essenciais para
envelhecer bem. No dia a dia, um bom sono também ajuda na prevenção de doenças.
Já a alimentação deve ser algo observado desde o nascimento. "Recomenda-se
uma alimentação saudável, não só na velhice, pobre em gorduras e em
carboidratos, e rica em fibras".
A geriatra Nélia Osório recomenda, antes de tudo,
que o idoso entenda a velhice: suas perdas, relacionadas a fatores biológicos,
e ganhos, ligados à experiência de vida. "O idoso não pode ser vítima nem
herói, ele deve compreender que participa de um processo natural da vida",
enfatiza. "Deve haver prazer mesmo com as dificuldades anatômicas, de
perda de visão e de audição". Ela também destaca a importância de ter
projetos de vida. "A pessoa que não tem projetos de vida já está
morta".
Usar os medicamentos corretamente, equilibrar os
ambientes emocionais, ampliar a rede de suporte social. É importante, além
disso, reduzir situações de ansiedade e estresse, para evitar a depressão,
segundo Piovesan, além de otimizar o tempo livre, fazendo atividades que dão
prazer.
Para que sejam baixos os riscos de desenvolverem
doenças (e as dificuldades a elas relacionadas), assim como para que sejam
altos os níveis de função física e mental na velhice, é importante atentar-se
para hábitos adequados.
Diretoria do Sepe Núcleo Rio das Ostras e Casimiro de Abreu
Sepe - Núcleo Rio das Ostras e Casimiro de Abreu
End.: Alameda Casimiro de Abreu, 292 – 3º and. Sl. 8 – Centro – Rio das Ostras
Tel.: (22) 2764-7730
Horário de Funcionamento: Segunda, Quarta e Sexta das 09h às 13h; Terça e Quinta das 13h às 17h.
Twitter: @sepeostras
Facebook: Perfil Sepe Rio das Ostras
Nenhum comentário:
Postar um comentário