terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Conversando com versos (108): "Sonhos de virgem", de Casimiro de Abreu (1839-1860)





"Sonhos de virgem”


                    I
Que sonhas, virgem, nos sonhos
Que à mente te vem risonhos
Na primavera inda em flor?
No celeste devaneio,
No doce bater do seio,
Que sonhas virgem? – amor?
Que céus, que jardins, que flores,
Que longos cantos de amores
Nos lindos sonhos te vem?
E quando a mente delira,
E quando o peito suspira,
Suspira o peito – por quem?
Sonhando mesmo acordada,
Pendida a fronte adorada
Num cismar vago e sem fim;
Do olhar o fogo tão vivo,
A voz, o riso lascivo,
O pensamento é – por mim?!


                    II

Quando tu dormes tranqüila,
Cerrada a negra pupila
E o lábio doce a sorrir;
Então o sonho dourado
Nas dobras do cortinado
Vem esmaltar teu dormir!
Oh! sonha! – Feliz a idade
Das rosas da virgindade,
Dos sonhos do coração!
Puro vergel de açucenas
Ou lago d’águas serenas
Que estremece à viração!
Feliz! Feliz quem pudera
Colher-te na primavera
De galas rica e louçã!
Feliz oh! flor dos amores,
Quem te beber os odores
Nos orvalhos da manhã!



Fonte: Internet/ A voz da poesia/ Poetas




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