segunda-feira, 23 de novembro de 2020


 NOTA PÚBLICA DO SEPE NÚCLEO RIO DAS OSTRAS

A sobrecarga do professor da rede municipal de Rio das Ostras no trabalho home office
O SEPE Rio das Ostras/Casimiro de Abreu vem por meio de nota compartilhar ao restante da categoria e a sociedade em geral um resumo das demandas levantadas pelos profissionais de educação da rede municipal de Rio das Ostras, em nossa última Assembleia realizada no dia 08 de Setembro, acerca da experiência do trabalho home office e seus desdobramentos.
É importante destacar que o SEPE é crítico à proposta do trabalho home office, como alternativa equivalente ao ensino presencial, pois entende as grandes dificuldades estruturais existentes - tanto para professores como para os alunos, além de considerar o processo educacional à distância, ser avesso daquilo que é defendido pelo sindicato, uma EDUCAÇÃO PÚBLICA E DE QUALIDADE para os filhos da classe trabalhadora!
A atual instabilidade jurídica e regulatória sobre o regime de trabalho não presencial deixa espaço para os governos, sejam municipais ou estadual, proporem metodologias de trabalho estranhas às comumente utilizadas pelas direções e coordenações pedagógicas, causando em si estranheza e dificuldade de adaptação dos profissionais de educação com essa forma de ensino. Mais ainda, temos propostas pedagógicas que SOBRECARREGAM os professores com afazeres discrepantes com as suas funções como, por exemplo, a CRIAÇÃO de apostilas – ou, leia-se, material didático.
Para compreendermos os reclames apresentados pela categoria na Assembleia, façamos o exercício de alteridade e pensemos a situação de um professor da educação fundamental da rede municipal de Rio das ostras atualmente:
1- O professor está obrigado a elaborar material didático, onde é exigido inúmeros requisitos pela SEMED, tornando o trabalho penoso e cansativo. Hoje temos professores elaborando uma e outros duas, três, até quatro apostilas, estando pesado demais produzir esse número de apostilas. A elaboração das mesmas supera a carga horária em sala de aula pois envolve planejamento, pesquisa, escrita, formatação, revisão e seguir normas básicas da ABNT.
2- Além da elaboração das apostilas o profissional também deve participar de reuniões online regulares com as coordenações das escolas e seus respectivos grupos de whatsapp, responder email de dúvidas e acessar a plataforma de trabalho estipulada, alterando abruptamente o tempo da cobrança e demanda entre coordenação-professor. Em algumas escolas, sabemos da utilização de grupos de whatsapp para interação do professor com pais e alunos, colocando o mesmo em exposição à demanda de trabalho fora do tempo determinado para sua função.
O relato de uma professora da rede municipal, para a Assembleia, resume bem a atual situação:
“...o professor ainda participa de grupos de whatsapp e reuniões das escolas, preenchem relatórios de cumprimento de carga horária, responde e-mail para tirar dúvidas (dependendo da escola), precisa comprovar formação continuada, fora a plataforma que agora também recebe perguntas de alunos. Algumas escolas têm até grupos de whatsapp para interação com pais e alunos. São muitas tarefas, só as apostilas levam boa parte da carga horária. Muitos estão trabalhando duas, três vezes mais. Uns entregando uma apostila quinzenalmente, outros toda semana porque está em escolas diferentes e os calendários mudam um pouco. Uns tem reuniões quinzenais, outros semanalmente por trabalhar em mais de uma escola.”
Mesmo sob instabilidade jurídica para regular tais atividades e da falta de garantias da ferramenta jurídica coibir possíveis abusos, o SEPE continua realizando suas mobilizações, assembleias e ações judiciais em defesa dos profissionais, como se deu no caso da regência, abruptamente cortada pela prefeitura meses atrás. Mas logo garantida por meio de mobilização da categoria junto ao sindicato e ação do departamento jurídico.
Orientamos a categoria no atual momento se mobilizar nos seus locais de trabalho e, em coletivo, apresentarem as demandas em comum nos espaços das reuniões pedagógicas. O diálogo realizado de forma coletiva tende a surtir efeito mais positivo que aquele realizado de forma individual.
Em relação à SEMED somam-se dúvidas sobre o malabarismo realizado pela gestão em garantir a regência das turmas dos cerca de 1000 professores contratados, covardemente demitidos em plena pandemia. O SEPE entrou com ofício requerendo dados sobre a relação entre professores e turmas atendidas na rede municipal. Seguimos atentos e em diálogo com os professores da rede municipal!
É URGENTE A CHAMADA DOS PROFESSORES CONCURSADOS PARA COBRIR O ROMBO NO QUADRO DE PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL DE RIO DAS OSTRAS!
NÃO ACEITAREMOS A SOBRECARGA E ADOECIMENTO DA CLASSE EDUCADORA DO MUNICÍPIO! AVANCEMOS MOBILIZADOS E ARTICULADOS NA COBRANÇA DE CONDIÇÕES FAVORÁVEIS AOS EDUCADORES!
SÓ A LUTA MUDA A VIDA!

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