sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Nota Pública do Sepe Rio das Ostras e Casimiro de Abreu


Conflito entre alunos em escola municipal de Rio das Ostras coloca às claras a precariedade da rede.

A Direção do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (SEPE) -  Núcleo Municipal de Rio das Ostras e Casimiro de Abreu  torna público sua total solidariedade à comunidade do Colégio Municipal Profª América Abdalla quanto ao episódio ocorrido entre alunos em sala de aula, no último dia 28 de agosto. O SEPE  repudia qualquer ato de violência nas escolas. Chamamos a atenção, no entanto, para  a grave crise na rede municipal de educação de Rio das Ostras, que sofre com a falta de investimentos,  condições de trabalho e saúde e  valorização profissional.

O SEPE também manifesta seu total apoio aos profissionais de educação, em particular à professora envolvida, colocando o seu Departamento Jurídico à disposição no caso de qualquer tentativa de se colocar sobre a responsabilidade da escola e da professora as falhas e omissões que são das autoridades municipais.

Paradoxalmente, foi preciso um conflito de motivação banal, como anunciado, para que se colocasse à luz do dia a precariedade da rede de ensino de Rio das Ostras,  cidade conhecida pelas suas fartas belezas naturais e royalties fartos.

No entanto, conforme tantas vezes denunciado em diversos fóruns, falta investimento na rede, concursos públicos são mal conduzidos, criam-se secretarias municipais espúrias, faltam professores e funcionários administrativos, ausência de política de construção de escolas e creches, salas superlotadas, carga horária de trabalho excessiva, professores sem tempo livre para planejamento e aperfeiçoamento, salários sem reajuste, dentre tantas outras carências que acabam por conduzir a mais uma tragédia anunciada.  Desta vez, felizmente, não consumada.

Incidentes como este do Colégio Municipal Profª América Abdalla vêm se repetindo de várias formas nos últimos anos. O nível de estresse dos profissionais que trabalham nas escolas municipais chegou a um ponto nunca visto em nossa categoria. O professor de uma escola municipal de Rio das Ostras, no seu dia-a-dia de trabalho, convive com turmas superlotadas; se aflige com a falta de uma política pedagógica coerente por parte da SEMED, mudada  a cada ano sem uma discussão aprofundada com a comunidade escolar. Contribui também para a crise da educação municipal a falta crônica de infraestrutura nas escolas e a terceirização dos serviços.

O quadro é ainda pior, se levarmos em conta a carga horária realizada em Rio das Ostras, sendo hoje uma das maiores em todo estado. O que obriga os professores a terem que trabalhar em duas e, não raro, até três escolas por dia. A prova disso é que a SEMED, para maquiar a falta de professores na rede, permite que um professor não só exerça sua matrícula na escola de origem, como trabalhe em mais duas outras, fazendo o que a categoria chama de “dobradinhas”. Com isso, um professor chega a dar 60 horas semanais de aula para cerca de 500 alunos!

E  a  Prefeitura  e a  Secretaria de Educação querem  dizer que a educação “vai bem, muito obrigado!”.

Infelizmente, é o que ocorre em nossas escolas: uma categoria estressada, doente, desmotivada e pronta para abandonar a profissão.

Neste sentido, o SEPE, que completou 35 anos de lutas neste ano, vem reafirmar seus princípios em defesa da escola pública gratuita, democrática, laica, universal e de qualidade social. Desde sempre.

O SEPE somos nós, nossa força e nossa voz!

Direção do SEPE Núcleo Rio das Ostras e Casimiro de Abreu




End.: Alameda Casimiro de Abreu, 292 – 3º and. Sl. 8 – Centro – Rio das Ostras
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