"O problema agora é saber se a multidão vai permanecer no
caminho que traçou de uma nova trilha para o poder – o Poder Constituinte
permanente – ou vai ceder lugar, finalmente, à restauração", assinala o
filósofo.
"Depois de três décadas de silêncio", as manifestações
que ocuparam as ruas surgem com uma "ambiguidade sadia", avalia
Fernando Magalhães na entrevista a seguir concedida por e-mail à IHU On-Line.
De acordo com sua análise, os
protestos demonstram uma
"agitação saudável" à medida que questionam o "status quo em geral, ainda que nem todos tenham
consciência disso". Ele explica: "Se tudo começou com uma ação
específica – o Movimento Passe Livre - MPL cujo objetivo era a anulação das
passagens de ônibus na cidade de São Paulo, e seus atores estavam cientes disso
–, as manifestações ganharam
força não só devido à
solidariedade em função da repressão policial, mas, sobretudo, pela indignação
contida com toda uma série de escândalos governamentais que envolvia,
especialmente, o Congresso Nacional". O outro lado da ambiguidade,
acentua, refere-se ao fato de que o movimento "ainda não alcançou a sua
maioridade. (...) Apenas uma pequena parte percebeu que o inimigo é o sistema e
não as instituições organizadas".
Na avaliação de Magalhães, as manifestações de junho recusaram a
participação de instituições tradicionais, inclusive dos velhos movimentos
sociais, porque ao longo dos últimos anos eles "estiveram ao lado dos
poderes constituídos, ao passo que o que se apresentava, nas ruas, era uma nova
modalidade de poder: o poder constituinte. Um poder constituinte de 'tipo
novo', em que reúne, a um só tempo, um sujeito supostamente revolucionário e um
'órgão' destituído de lideranças tradicionais, cujas regras são estipuladas de
forma coletiva".
A
crítica dos movimentos sociais tradicionais
e dos partidos às manifestações demonstra que "as instituições organizadas
temeram, realmente, a perda de sua dominação, já que não mais possuem a
hegemonia. Por isso organizaram seu próprio evento. Mas só obtiveram uma
resposta parcial: a da paralisação das forças produtivas", pontua. E
alfineta: "As ruas estão falando outra linguagem, uma nova sintaxe que as
forças em jogo só compreendem uma pequena parte. Não acho que estão equivocadas,
ao menos pelo ângulo de seus objetos. Apenas não estão se entendendo e parece
que não querem".
Fernando Magalhãesé doutor e pós-doutor em
Filosofia pela Universidade de São Paulo– USP. É professor da Universidade
Federal de Pernambuco– UFPE, membro do Grupo de Trabalho Ética e Cidadania da
ANPOF, e do comitê científico da revista Perspectiva Filosófica.
Ver íntegra
da entrevista em: http://www.adital.com.br/?n=clw7
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