quarta-feira, 31 de julho de 2013

Sepe convoca para Assembleia Unificada da rede estadual e municipal de Rio das Ostras em 06 de agosto



Diretoria do Sepe Núcleo Rio das Ostras e Casimiro de Abreu

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Contra redução das aulas presenciais, Sepe entrega pauta ao presidente do Conselho Estadual de Educação

Uma comissão do Sepe, formada pela Coordenadora geral do Sindicato, Marta Moraes, pelo Coordenador da capital, Márcio Franco Xavier Vieira, além de um representante da AERJ e profissionais de educação foi recebida nesta terça-feira (30/07), na SEEDUC, pelo Presidente do conselho estadual de educação do estado do Rio de Janeiro (CEE), Roberto Guimarães Boclin. 

A Comissão entregou uma pauta de reivindicações, em que critica a redução em 20% do número de aulas presenciais nos colégios estaduais, na qual o governo Cabral estará economizando dinheiro na contratação de mais professores e retirou o direito dos nossos alunos de ter acesso a uma educação pública de qualidade. O Presidente do CEE informou que o secretário estadual de educação, Wilson Risolia, respondeu que receberá o Sepe em uma futura audiência, ainda a ser agendada.

Clique nos links abaixo para ler na íntegra a pauta de reivindicações:



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Jus Navegandi: A luta pela implantação do piso nacional dos profissionais do magistério.

Artigo de Paulo Roberto Lemgruber Ebert, Advogado. Doutorando em Direito do Trabalho e da Seguridade Social na Universidade de São Paulo-USP. Pós-Graduado em Direito Constitucional pela Universidade de Brasília - UnB. Pós-Graduado em Direito e Processo do Trabalho pelo Centro Universitário de Brasília - UniCEUB.

INTRODUÇÃO.

À medida que a sociedade foi ficando mais complexa, principalmente no decorrer do Século XX, os mecanismos de reivindicação coletiva foram sendo paulatinamente aperfeiçoados, de modo a acompanhar tal evolução. De fato, se em um primeiro momento os partidos políticos, seguidos pelos sindicatos, desempenhavam de forma eficaz a representação dos grupos de interesse e dos trabalhadores em um contexto datado de luta ideológica e de classes, tais instituições, no contexto atual, não mais dão conta das múltiplas demandas dos inúmeros atores sociais hodiernos.

Nesse contexto, em que novas e complexas demandas (vg: proteção do meio-ambiente, implementação dos direitos da pessoa com deficiência, igualdade racial, distribuição justa dos recursos fundiários, etc.) passaram a coexistir com aquelas lutas clássicas, os próprios atores sociais trataram de criar os mecanismos necessários para conceder voz e visibilidade para suas causas. Surgiram, assim, os movimentos sociais.

Os movimentos sociais compeendem em seu âmago interesses específicos relacionados a certas e determinadas causas. Sua atuação é pautada ora pela mobilização da sociedade e de seus sistemas parciais (política, direito, economia, etc.) com vistas à implementação de suas bandeiras, ora pela contestação das estruturas sociais existentes em nome da “justiça” inerente às suas lutas.

Foi exatamente nesse cenário que surgiram os movimentos sociais pela valorização da educação no Brasil, tendo como uma de suas principais bandeiras a remuneração adequada dos docentes, ao lado da priorização do ensino nas destinações orçamentárias e da expansão quantitativa e qualitativa das redes públicas. Dentre as causas encampadas nesse desiderato, destaca-se a luta histórica pela implementação do Piso Nacional dos Profissionais do Magistério, que transcendeu o escopo de mera reivindicação de classe tradicionalmente defendida pelos sindicatos, para integrar o conjunto de propostas formuladas pelos movimentos sociais, haja vista seu intrincamento umbilical com o desenvolvimento do sistema educacional bradado por estes últimos.

A luta pelo piso nacional dos profissionais do magistério tem envolvido, nos últimos anos, interconexões frequentes entre os movimentos sociais que a advogam e os sistemas parciais do direito e da política. Por isso mesmo os recentes desdobramentos da causa em referência consistem em uma interessante oportunidade para o estudo prático das relações entre os movimentos sociais e os subsistemas da sociedade e da dinâmica de tal interação.

Nesse sentido, o presente artigo tratará de expor as interconexões ocorridas entre os movimentos sociais pela valorização da educação e os sistemas de funções do direito e da política no que concerne à implementação prática do Piso Nacional dos Profissionais do Magistério, indicando em que medida a referida luta provocou as variações na estrutura comunicativa experimentadas por aqueles primeiros e quais as perspectivas de evolução de tal dinâmica para o futuro.

Ver artigo na íntegra em:
http://www.campanhaeducacao.org.br/?idn=1142 


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Conversando com versos (14): "Gosto quando te calas", de Pablo Neruda



"Gosto quando te calas"



Gosto quando te calas porque estás como ausente
e me escutas de longe; minha voz não te toca.
É como se tivessem esses teus olhos voado,
Como se houvesse um beijo lacrado a tua boca.

Como as coisas estão repletas de minha alma,
repleta de minha alma, das coisas te irradias.
Borboleta de sonho, é igual à minha alma,
e te assemelhas à palavra melancolia.

Gosto quando calas e estás como distante.
Como se te queixasses, borboleta em arrulho.
E me escutas de longe. Minha voz não te alcança.
Deixa-me que me cale com teu silêncio puro.

Deixa-me que te fale também com teu silêncio
claro qual uma lâmpada, simples como um anel.
Tu és igual à noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão remoto e singelo.

Gosto quando te calas porque estás como ausente.
Distante e triste como se tivesses morrido.
Uma palavra então e um sorriso bastam.
E estou alegre, alegre por não ter sido isso.


Tradução de Domingos Carvalho da Silva.



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terça-feira, 30 de julho de 2013

Sepe fará Vigília na SEEDUC nesta quarta-feira, 31 de julho

O Sepe convoca os profissionais de educação para participarem de uma vigília em frente à Seeduc, nesta quarta-feira (31/07), a partir das 10h. Na pauta, à redução em 20% do número de aulas presenciais nos colégios estaduais, na qual o governo Cabral estará economizando dinheiro na contratação de mais professores e subtraindo o direito da nossa juventude de ter acesso a uma educação pública de qualidade. Reivindicamos que os professores tenham uma matrícula e uma escola, evitando que trabalhem em diversas instituições. Pedimos o reajuste para os animadores culturais, e o não remanejamento do novo EJA, com relação às matérias que ficarão nos últimos módulos. É importante a participação de todos.



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Educação tem maior crescimento relativo no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

Heloisa Cristaldo*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A área de educação no país teve o maior crescimento relativo no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM): 129% no período de 1991 a 2010. A informação, divulgada ontem (29), faz parte do Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O ranking mede o nível de desenvolvimento humano de determinada região.

Segundo o estudo, o crescimento da educação foi impulsionado, principalmente pelo aumento de 156% no fluxo escolar da população jovem no período. O setor saiu do menor patamar, subiundo de 0,279, em 1991, para 0,637, em 2010. Apesar do avanço, o setor ainda tem o menor índice diante dos três indicadores avaliados: longevidade, educação e renda.

Para o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Luiz Cláudio Costa, o indicador de educação é o mais difícil de avançar. “A educação alavancou o IDHM. No entanto, mesmo com os fortes investimentos do país ao longo dos anos, educação é o [indicador] que apresenta o maior desafio. Apesar dos programas de educação de jovens e adultos, é difícil trazer essa pessoa acima de 15 anos para a escola. De toda forma, já estamos corrigindo isso”, disse Costa.

O estudo mostra que, em 2010, 41% da população de 18 a 20 anos de idade tinham ensino médio completo. Na população de 5 a 6 anos de idade frequentando a escola, o índice chegou a 91,1%, naquele ano. Em 1991, as crianças representavam 37,3% dos alunos na escola e os jovens, 13%.

No recorte educação, lideram o ranking três municípios paulistas: Águas de São Pedro, São Caetano do Sul e Santos. Em seguida, vem Florianópolis. Na ponta dos piores índices apurados na área, estão Melgaço e Chaves, no Pará, e Atalaia do Norte, no Amazonas.

De acordo com o atlas, as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste não têm nenhum município avaliado com IDHM muito baixo. Por outro lado, nas regiões Norte e Nordeste, não há nenhum município na faixa de muito alto. Pela escala, é considerado muito baixo o IDHM entre 0 e 0,49, baixo entre 0,5 e 0,59; médio de 0,6 e 0,69, alto 0,7 e 0,79 e muito alto entre 0,8 e 1,0.

A diferença entre o mais alto e mais baixo IDHM dos municípios aumentou de 0,577, em 1991, para 0,612, em 2000. Daquele ano para 2010, houve um retrocesso de 0,444.

No recorte renda, houve crescimento de 14,2% – com aumento de 0,647, em 1991, para 0,739, em 2010. A renda per capita dos brasileiros teve ganho de R$ 346,31 nos últimos 20 anos. São Caetano do Sul, em São Paulo, Niterói, no Rio de Janeiro, e Vitória lideram a lista dos municípios com renda mais alta. Na ponta, com índices mais baixos, estão três municípios maranhenses: Marajá do Sena, Belágua e Fernando Falcão.

O índice de longevidade é o que mais contribui, em termos absolutos, para o nível atual do IDHM do país – entre 1991 e 2010, o Brasil acumulou alta de 23,2%. O país saiu de 0,493, em 1991, para 0,727, em 2010. No recorte, três municípios catarinenses lideram a lista com os valores mais altos: Balneário Camboriú, Blumenau e Brusque. Com os piores índices estão Cacimbas, no Pará, Roteiro e Olho D’Água Grande, em Alagoas.

Esta é a terceira vez que o Pnud faz o levantamento da situação nos municípios brasileiros. Os dados já foram divulgados em 1998 e em 2003. Nas duas últimas décadas, o Brasil quase dobrou o IDHM, passando de 0,493, em 1991 – considerado muito baixo – para 0,727, em 2010 – que significa alto desenvolvimento humano.

A íntegra do documento está na página do atlas.

Fonte:
http://contee.org.br/contee/index.php/2013/07/educacao-tem-maior-crescimento-relativo-no-indice-de-desenvolvimento-humano-municipal/#.UffvuNKcdZg


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segunda-feira, 29 de julho de 2013

Abraço à Creche Tia Didi, no Âncora, lembra tragédia que indignou Rio das Ostras e cobra solução das autoridades




No dia 25 de julho, quinta-feira, aconteceu o Abraço à Creche Municipal Tia Didi, no bairro Âncora, onde estudava a menina Gabrielle, de dois anos, vítima de violência que a levou à morte.




O fato indignou a cidade de Rio das Ostras que vem assistindo ao aumento da violência, principalmente contra mulheres, crianças e adolescentes.



O ato público foi organizado  pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente (CMDCA) e pelo Movimento “Chega de Estupros em Rio das Ostras”. E contou  com a presença de moradores da localidade e de familiares da pequena Gabrielle, além de militantes e dos conselheiros do CMDCA.



Após o abraço, os manifestantes se dirigiram à prefeitura para protolar ofício solicitando ao Prefeito  encaminhar à Câmara Municipal um Projeto de Lei para instituir o dia 6 de julho, data de morte da Gabrielle, como Dia Municipal de Enfrentamento à Violência, Abuso e Exploração Sexual contra Criança e Adolescente. O ofício foi entregue pela Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Professora Guilhermina Rocha, juntos aos demais.



Os manifestantes ainda cobraram do Prefeito resposta às reivindicações feitas pelo Movimento no mês de maio. O Prefeito recebeu o grupo e assumiu o compromisso de encaminhar o Projeto de Lei.


Outras iniciativas e medidas estão em curso para atacar de forma efetiva e eficaz a violência em Rio das Ostras – é o que espera e cobra a população preocupada e assustada.



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A farsa do Livre Comércio



Por: Joseph E. Stiglitz

Tradução: ADITAL

Apesar da Ronda de Doha da OMC para negociações comerciais mundiais não deu nenhum resultado desde seu início, há doze anos, está sendo preparada outra Ronda de negociações; porém, dessa vez não terão caráter mundial e multilateral, mas serão negociados dois grandes acordos regionais: um transpacífico; outro, transatlântico. Será que há mais probabilidades de que essas negociações deem resultado?

A Ronda de Doha foi torpedeada pela negativa dos Estados Unidos de eliminar as subvenções à agricultura, condição sine qua non de qualquer ronda que, de verdade, sirva ao desenvolvimento, em vista de que 70% da população dos países em desenvolvimento, direta ou indiretamente, dependem da agricultura. A posição dos EUA foi verdadeiramente assombrosa, dado que a OMC já se havia pronunciado mediante uma resolução sobre a ilegalidade das subvenções do algodão dos EUA, que beneficiam menos de 25 mil produtores ricos.

A resposta dos EUA foi subornar o Brasil, que havia apresentado a reclamação, para que desistisse e deixasse no prejuízo a milhões de produtores de algodão pobres da África e da Índia, que sofrem as consequências de preços muito baixos por conta da generosidade dos EUA com seus produtores ricos.

Em vista dessa história recente, agora parece claro que as negociações para criar uma Zona de Livre Comércio entre os Estados Unidos e a Europa e outra entre os Estados Unidos e grande parte dos países do Pacífico (exceto a China) não se encaminham para criar um verdadeiro sistema de livre comércio; mas, seu objetivo é um regime de comércio dirigido, ou seja, que esteja a serviço dos interesses especiais que durante muito tempo impuseram a política comercial no Ocidente.

Alguns princípios básicos devem ser levados a sério por quem participa nas conversações. Em primeiro lugar, todo acordo comercial deve ser simétrico. Se os Estados Unidos, como parte no "Acordo de Associação Transpacífico” (Aatp) pede ao Japão que elimine suas subvenções do arroz, deverão, por seu lado, oferecer-se para eliminar não só as subvenções de sua produção de arroz, que é relativamente pouco importante para os Estados Unidos, e da água, mas também de outros produtos agrícolas básicos.

Em segundo lugar, nenhum acordo comercial deve colocar os interesses mercantis acima dos interesses nacionais mais amplos, em particular nos casos em que estejam em jogo questões não relacionadas com o comércio, como a regulamentação financeira e a propriedade intelectual. O acordo comercial dos Estados unidos com o Chile, por exemplo, impede a utilização por parte desse último de controles de capitais, apesar de que o Fundo Monetário Internacional (FMI) reconhece agora que os controles de capitais podem ser um importante instrumento de política macroprudencial.

Em outros acordos comerciais tem se insistido também na liberalização e na desregulamentação financeiras, se bem que a crise de 2008 deveria ter-nos ensinando que a falta de uma boa regulamentação pode colocar em risco a prosperidade econômica. Da mesma forma, a indústria farmacêutica dos EUA que tem uma grande influência sobre o Representante Comercial dos Estados Unidos, conseguiu endossar a outros países um regime de propriedade intelectual desequilibrado, que, por ir encaminhando a lutar contra os medicamentos genéricos, coloca o benefício acima da salvação de vidas. Inclusive, o Tribunal Supremo dos EUA disse agora que o Escritório de Patentes dos Estados Unidos foi demasiado longe ao conceder patentes sobre genes.

Por último, deve haver um compromisso com a transparência; porém, convém avisar aos participantes nessas negociações comerciais que os Estados Unidos professam uma falta de transparência. O escritório do Representante Comercial dos EUA mostrou-se reacionário a revelar sua posição negociadora inclusive aos membros do Congresso dos EUA e, em vista do que se filtrou, podemos entender porque. Dito escritório está retrocedendo sobre os princípios –por exemplo, o do aceso aos medicamentos genéricos- que o Congresso havia incluído em acordos comerciais anteriores, como o assinado com o Peru.

No caso do Aatp, há outro motivo de preocupação. A Ásia desenvolveu uma cadeia de distribuição eficiente, graças a qual os produtos passam facilmente de um país a outro no processo de produção de bens acabados; porém, o Aatp poderia obstaculizá-la se a China permanece fora dele.

Como as tarifas alfandegárias propriamente ditas já são tão baixas, os negociadores se centrarão, em grande medida, nas barreiras tarifárias, como, por exemplo, os obstáculos reguladores; porém, o escritório do Representante Comercial dos EUA, que representa os interesses empresariais, exercerá quase com toda segurança as pressões em prol da norma comum menos estrita, com o que contribuirá para uma nivelação para baixo, em vez de para cima. Por exemplo, muitos países têm disposições tributárias e reguladoras que dissuadem da aquisição de automóveis grandes, não porque tentem discriminar os produtos dos EUA, mas porque lhes preocupa a contaminação e lhes interessa a eficiência energética.

O princípio mais geral, antes citado, é o de que os acordos comerciais, habitualmente, colocam os interesses comerciais acima de outros valores: o direito a uma vida saudável e a proteção do meio ambiente, só para citar dois exemplos. A França quer uma "exceção cultural” nos acordos comerciais que lhe permita continuar apoiando seus filmes, beneficiando o mundo inteiro. Esse e outros valores mais amplos não devem ser negociáveis.

De fato, é irônico que os benefícios sociais de semelhantes subvenções sejam enormes, enquanto que os custos são insignificantes. Será que alguém acredita que um filme artístico francês representa uma grave ameaça para um grande hit de verão de Hollywood? No entanto, a avareza hollywoodense não conhece limites e os negociadores comerciais dos Estados Unidos são implacáveis. E essa é a razão precisamente pela qual se devem retirar esses artigos antes de que comecem as negociações. Do contrário, acontecerão pressões e há o risco real de que em um acordo sejam sacrificados valores básicos em prol de interesses comerciais.

Se os negociadores criassem um autêntico regime de Livre Comércio, no qual se concedesse às opiniões dos cidadãos pelo menos tanta importância como as de grupos de pressão empresariais, eu seria otimista no sentido de que o resultado fortaleceria a economia e melhoraria o bem estar social. No entanto, a realidade é que temos um regime de comércio dirigido, que coloca os interesses empresariais acima de tudo e um processo de negociações que não é democrático e nem transparente.

A probabilidade de que o resultado das futuras negociações esteja a serviço dos interesses dos cidadãos estadunidenses é pouca; a perspectiva para os cidadãos de outros países é ainda mais desoladora.



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A mídia odeia o sindicalismo



Por Altamiro Borges

O Dia Nacional de Lutas com Greves e Mobilizações, na quinta-feira passada [11 de julho], teve vários saldos positivos. Os trabalhadores entraram em cena, de forma organizada e com suas pautas bem definidas, na onda de protestos que agita o país. As centrais sindicais deixaram de lado suas divergências e se uniram na defesa da democracia e dos direitos trabalhistas. Fábricas, bancos, lojas e outros estabelecimentos foram paralisados; estradas foram bloqueadas; e milhares de trabalhadores saíram às ruas em atos e passeatas. Afora tudo isto, as mobilizações serviram para revelar a postura raivosa da mídia patronal e para indicar a urgência da luta pela democratização da comunicação. Esta é uma bandeira estratégica para o avanço das lutas sindicais. Os editoriais dos jornalões e os comentários venenosos na tevê reforçaram esta necessidade.

Os três maiores jornalões do país tentaram desqualificar o protesto sindical, como se os filhos dos Marinho, Frias e Mesquita tivessem se reunido para acertar as manchetes e a cobertura “jornalística”. Todos falaram em “fracasso” das mobilizações, o que foi repetido pelos “calunistas” das emissoras de rádio e tevê. No sábado, eles voltaram à carga com editorais hidrófobos. “Limitações do sindicalismo oficialista”, esbravejou o Globo. “A irrelevância das centrais”, rosnou o Estadão. “Sindicalismo vencido”, decretou a Folha. A argumentação foi a mesma nos três editoriais, num “pensamento único” autoritário e tacanho.

Segundo o jornal da famiglia Marinho, “enquanto as manifestações de junho, com muito mais jovens, trataram de questões amplas, capazes de sensibilizar todos - combate à corrupção, ética na política, baixos investimentos em transporte, educação e saúde -, os sindicatos oficialistas colocaram a tropa nas ruas com a velha agenda trabalhista, corporativista: redução da jornada de trabalho com manutenção dos salários, fim do fator previdenciário, aumentos salariais etc. Alguns dos pedidos são inexequíveis, sob o risco de explodir de vez as contas públicas... Mas nada de mirar na corrupção, pois o oficialismo de cada um os impede disto. Até porque há sempre a possibilidade de alguma pedra atingir o próprio telhado de vidro”. Na maior caradura, o jornal nada falou sobre as denúncias de sonegação fiscal do poderoso império.

Já o Estadão – que nasceu vendendo anúncios de trabalho escravo e rogando pela repressão às greves anarquistas – não escondeu seu ódio ao sindicalismo, que deve “a sua prosperidade exclusivamente à aberração do Imposto Sindical”. Para o jornalão da famiglia Mesquita, a jornada de 11 de julho foi “o retrato acabado do definhamento” das centrais, que “ou são criaturas de agremiações políticas, como a CUT em relação ao PT, ou trampolim para carreiras políticas, como a do notório Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, ex-PTB, hoje no PDT e com planos de ter um partido para chamar de seu, o Solidariedade”.

Por último, a Folha tucana afirmou que “as manifestações organizadas no país para o chamado Dia Nacional de Lutas foram uma tentativa das diversas centrais sindicais de recuperar terreno perdido. Não apenas em relação aos protestos de junho, mas também aos anos de atuação domesticada pela simbiose com o governo petista... Já ficaram para trás as reivindicações em prol do ‘sindicalismo autêntico’, defendido pelo então líder operário Lula, que postulava organizações trabalhistas autônomas. Com a ascensão dos sindicatos ao poder, a reboque do PT, consolidou-se a versão repaginada do modelo varguista. O sistema continua a ser tutelado pelo Estado e mantido por tributos compulsórios”.

Todo este ódio ao sindicalismo tem vários motivos. Entre eles, o fato dos barões da mídia serem um dos piores empregadores do país e temerem qualquer resistência trabalhista. Eles pagam péssimos salários, precarizam as relações de trabalho (através da nefasta figura dos PJs) e demitem milhares de profissionais sem dó nem piedade. Pena que alguns jornalistas não percebam esta realidade, não se sintam pertencentes à classe dos trabalhadores e sejam até mais realistas do que o rei. Como sempre ironiza Mino Carta, o Brasil é o único lugar do mundo em que o jornalista chama o patrão de companheiro! Lamentável!

Fonte: 


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sexta-feira, 26 de julho de 2013

A erosão do sentido da vida e as manifestações de rua



Por Leonardo Boff

Está lentamente ficando claro que as massivas manifestações de rua ocorridas nos últimos tempos no Brasil e também pelo mundo afora expressam mais que reivindicações pontuais, como uma melhor qualidade do transporte urbano, melhor saúde, educação, saneamento, trabalho, segurança e uma repulsa à corrupção e à democracia das alianças sustentada por negociatas. Fermenta algo mais profundo, diria quase inconsciente, mas não menos real: o sentimento de uma ruptura generalizada, de frustração, de decepção, de erosão do sentido da vida política, de angústia e medo em face de uma tragédia ecológico-social que se anuncia por todas as partes e que pode pôr em risco o futuro comum da humanidade. Podemos ser até uma das últimas gerações a habitar este planeta.

Não sem razão que 77% dos manifestantes tenham curso superior, quer dizer, gente capaz de sentir este mal estar do mundo e expressá-lo como recusa a tudo o que está aí.

Primeiro, é um mal-estar face ao mundo globalizado. O que vemos nos envergonha porque significa a racionalização do irracional: o império norte-americano decadente para se manter precisa vigiar grande parte da humanidade, usar da violência direta contra quem se opõe, mentir descaradamente como na motivação da guerra contra o Iraque, desrespeitar acintosamente qualquer direito e norma internacional como o "sequestro” do Presidente Evo Morales da Bolívia, feita pelos europeus mas forçados pelos corpos de segurança norte-americanos. Negam os valores humanitários e democráticos de sua história e que inspiravam outros países.

Segundo, a situação de nosso Brasil. Não obstante as políticas sociais do governo do PT que aliviaram a vida de milhões de pobres, há um oceano de sofrimento, produzido pela favelização das cidades, pelos baixos salários e pela ganância da máquina produtivista de cariz capitalista que, devido à crise sistêmica e à concorrência cada vez mais feroz, superexplora a força de trabalho. Só para dar um exemplo: pesquisa feita na Universidade de Brasília apurou que entre 1996-2005 a cada 20 dias um bancário se suicidava, por causa das pressões por metas, excesso de tarefas e pavor do desemprego. Nem falemos da farsa que representa nossa democracia. Valho-me das palavras do cientista social Pedro Demo, professor da UNB, em sua Introdução à sociologia (2002): "Nossa democracia é encenação nacional de hipocrisia refinada, repleta de leis "bonitas”, mas feitas sempre, em última instância, pela elite dominante para que sirva a ela do começo até o fim. Político é gente que se caracteriza por ganhar bem, trabalhar pouco, fazer negociatas, empregar parentes e apaniguados, enriquecer-se às custas dos cofres públicos e entrar no mercado por cima… Se ligássemos democracia com justiça social, nossa democracia seria sua própria negação” (p.330.333). Agora entendemos porque a rua pede uma reforma política profunda e outro tipo de democracia onde o povo quer codecidir os caminhos do país, coisa que o governo do PT não favoreceu.

Terceiro, a degradação das instâncias do sagrado. A Igreja Católica ofereceu-nos os principais escândalos que desafiaram a fé dos cristãos: pedofilia de padres, de bispos e até de cardeais. Escândalos sexuais dentro da própria Cúria romana, o órgão de confiança do Papa. Manipulação de milhões de Euros dentro do Banco do Vaticano (IOR), onde altos eclesiásticos se aliaram a mafiosos e a corruptos milionários italianos para lavar dinheiro. Igrejas neopentecostais atraem em seus programas televisivos milhares de fiéis, usando a lógica do mercado e transformando a religiosidade popular num negócio infame. Deus e a Bíblia são colocados a serviço da disputa mercadológica para ver quem atrai mais telespectadores. Setores da Igreja Católica não escapam desta lógica com a espetacularização de showmissas e dos padres-cantores com sua autoajuda fácil e canções melífluas.

Por fim, não escapa ao mal-estar generalizado a situação dramática do planeta Terra. Todos estão se dando conta de que o projeto de crescimento material, tipo nosso PAC, está destruindo as bases que sustentam a vida, devastando as florestas, dizimando a biodiversidade e provocando eventos cada vez mais extremos. A reação da Mãe Terra se dá pelo aquecimento global que não para de subir; se subir nos próximos decênios a 4-6 graus Celsius a mais, por causa de um anunciado aquecimento abrupto, este pode dizimar a vida que conhecemos e impossibilitar a sobrevivência de nossa espécie, com o desaparecimento de nossa civilização.

Não dá mais para nos iludir, cobrindo a feridas da Terra com esparadrapos. Ou mudamos de curso, preservando as condições de vitalidade da Terra ou o abismo já nos espera.

Como insiste a Carta da Terra: "nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados”; é esta interligação real; mas, em parte, inconsciente, que leva milhares às ruas querendo outro mundo possível e agora necessário. Ou aproveitamos a chance para as mudanças ou não haverá futuro para ninguém. O inconsciente coletivo pressente este drama e daí o grito das ruas por mudanças. Sem atender às demandas, poderemos protelar a tragédia; mas, não a evitaremos. Agora é ouvir e agir.



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