No início de novembro, a SEEDUC anunciou a criação
de um programa que inclui a visita de coordenadores pedagógicos da Secretaria
treinados pelo Banco Mundial (BIRD) para
“medir a eficiência dos professores em sala de aula”. A iniciativa faz
parte de um programa conjunto do governo do estado com o BIRD, no qual técnicos
educacionais foram treinados pelo banco para alavancar um projeto-piloto que
pretende avaliar os professores. Tal programa foi prontamente rejeitado pelo
Sepe e pela categoria. O anúncio foi feito em maté-
ria publicada pelo jornal O Globo, explicando que o
projeto já foi realizado em mil escolas de Minas Gerais, Pernambuco e do
município do Rio.
A desculpa do secretário de estado de Educação
Wilson Risolia é a de que o “trabalho permite a confecção de um mapa sobre onde
atuam os melhores mestres do estado” e o objetivo seria identificar
características no trabalho deles que
seriam multiplicadas através de cursos de capacitação continuada. Num segundo
momento, o secretário admite que os resultados deverão levar à concessão de uma
bonificação permanente.
Mais uma vez, o secretário Risolia, que é
economista e não educador, dá provas da sua prática tecnicista e não educacional,
querendo medir eficiência dos profissionais de educação por meio de gráficos,
tabelas e mostras de desempenho. Tudo isto, sem levar em conta as desigualdades
da rede, a falta de investimentos do governo do estado no setor e os salários
miseráveis que são pagos aos profissionais, que já trabalham no limite,
massacrados para cumprir as metas impostas pelo governo estadual. A parceria
com o BIRD - amanhã, quem sabe não será com o FMI? - foi anunciada num simpósio
de economia que foi realizado em outubro no Rio de Janeiro.
Por entender que tal projeto fere a nossa autonomia
em sala de aula, a direção do Sepe orienta os professores das unidades
selecionadas para que procedam da seguinte maneira:
- em primeiro lugar, nós, os professores, somos os
“Regentes de Turma”. Ou seja, os profissionais são as autoridades máximas em
sala de aula;
- também não existe qualquer documento oficial que
tenha instituído a obrigatoriedade da presença desses
“supervisores” nas salas de aula;
- nesse sentido, nenhum professor poderá ser
obrigado a aceitar qualquer interferência desses avaliadores no seu ambiente de
trabalho;
- o Jurídico do Sepe está dando tratamento e
acompanhamento a essa questão para que possamos barrar mais este ataque à
educação pública estadual.
Diretoria do Sepe Núcleo Rio das Ostras e Casimiro de Abreu
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