sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O discurso acuado de Dilma no Congresso

Por Altamiro Borges

O discurso da presidenta Dilma Rousseff na reabertura do Congresso Nacional, nesta segunda-feira (3), explicitou o poder da ditadura financeira no país. Ele foi um horror! Acuada pelas chantagens do "deus-mercado” e pela "guerra psicológica” promovida pela mídia rentista, a governante prometeu mais austeridade fiscal e arrocho monetário. Não é para menos que o jornal O Globo, em editorial nesta terça-feira, elogiou o seu pronunciamento e ainda fustigou: "Que o discurso da austeridade seja sincero”. Para o jornalão, Dilma sinalizou que agora vai cortar os gastos públicos e elevar os juros para combater a inflação. Nada soa melhor aos ouvidos dos banqueiros do que estas promessas.

Na ótica da famiglia Marinho, a presidenta não tinha alternativa – este é o velho bordão neoliberal desde a época de Margareth Thatcher. "Com a economia brasileira cercada por incertezas, refletidas em análises elaboradas dentro e fora do país, Dilma aproveitou a abertura do ano legislativo para fazer o indicado: na tradicional mensagem da Presidência ao Congresso, ela concedeu o destaque necessário ao combate à inflação e ao controle de gastos. Era o mínimo que se esperava. Há pouco, talvez inspirada por assessores atentos apenas aos embates político-eleitorais, a presidente tachou de ‘guerra psicológica’ o vagalhão de críticas à leniência no seu governo com a inflação e a responsabilidade fiscal”.

Este elogio do império midiático não significa que haverá qualquer trégua com a atual governante. Os rentistas continuarão a sua operação para enquadrar, desgastar e derrotar a presidenta Dilma neste ano de sucessão. O Globo deixa isto explícito. Aplaude a cedência do discurso, mas diz que dificilmente seu receituário neoliberal será seguido pelo governo. "Coloca-se sobre a mensagem presidencial um grande e sugestivo ponto de interrogação: agora será para valer? No ano passado, não foi... Não será fácil resolver uma equação que pressiona o Planalto a fazer uma política de gastos de fato séria, enquanto os objetivos eleitorais puxam o governo para o outro lado”. De imediato, porém, a mídia rentista está feliz.

Ela tem motivos para isto. Em sua mensagem ao Congresso, lida pelo senador Joao Vicente Claudino (PTB-PI), a presidenta Dilma até falou que manterá o compromisso com o "crescimento do emprego e a redução da desigualdade”. Mas, no outro extremo, ela afirmou que sua prioridade será "a gestão das contas públicas com a continuidade da política de responsabilidade fiscal”. O governo inclusive já estuda novos cortes nos gastos públicos e a elevação do superávit primário para acalmar o "deus-mercado”. Já o Banco Central sinalizou nesta semana que manterá sua política de elevação da taxa básica de juros, a Selic. Como combinar "crescimento de emprego e a redução da desigualdade” com a adoção de políticas monetárias, fiscais e cambiais restritivas? Esta pergunta não incomoda apenas a mídia rentista, mas toda a sociedade brasileira!




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