segunda-feira, 4 de maio de 2020

NOTA DO SEPE SOBRE O REPASSE DA MERENDA ESCOLAR AOS ALUNOS DA REDE MUNICIPAL DE RIO DAS OSTRAS.






No dia 08 de abril, a Prefeitura de Rio das Ostras divulgou nos seus meios de comunicação a liberação da verba federal do PNAE para o município, tendo o mesmo secretário de educação, em vídeo, afirmado que a Prefeitura conseguiu, por liminar, que as verbas da merenda fossem convertidas na compra de cestas básicas para distribuição aos alunos. Em vídeo, o secretário também anunciou que iria contratar uma empresa para fazer os kits de cestas básicas, provisionando que a distribuição seria nas escolas. O público alvo dessa ação, de acordo com a comunicação oficial da Prefeitura, seria aquele aluno de família que recebe o auxílio do programa Bolsa Família. As outras famílias seriam posteriormente procuradas por assistentes sociais, ainda segundo o secretário.
Chegamos no início do mês de maio e a Prefeitura ainda não sinalizou às famílias dos alunos da rede municipal qual a(s) data(s) de entrega das cestas básicas. Os alunos estão fora da sala de aula, há mais de um mês, e estão sem a alimentação ofertada pela escola, gerando uma significativa mudança na renda das famílias em maior vulnerabilidade social e econômica.
Para o SEPE - núcleo Rio das Ostras, a Prefeitura já deveria ter distribuído as cestas básicas ou algum outro tipo de auxílio para as famílias dos alunos da rede pública, dando prioridade aos trâmites necessários para executar o repasse. Mas não é isso o que constatamos, e estamos com mais de 30 dias sem aula na rede e nenhum calendário foi repassado ainda pelo Poder Executivo Municipal. Tendo em vista o grande número de trabalhadores com contratos suspensos e demitidos, no atual período da pandemia, o cenário se torna ainda mais preocupante e a garantia do acesso à alimentação oferecida pelas escolas é um direito que tem pressa. Em tempo, nosso Sindicato ainda defende que o atual governo municipal cumpra a lei que determina que 30% da merenda escolar seja composta por produtos da Agricultura Familiar. E mais, que parte dos itens dessas cestas básicas contenha alimentos produzidos por agricultores de Cantagalo, que também têm passado por muitas dificuldades de escoarem sua produção, sobretudo durante a pandemia. 
A demora com o repasse da merenda, somado aos atos antipopulares interpelados pela atual administração de Rio das Ostras, como a recente demissão de mais de mil contratados da área da educação, no atual momento de grande instabilidade no país, coloca o governo do prefeito Marcelino no alvo das nossas críticas e contesta a capacidade e vontade política do mesmo em realizar medidas institucionais suficientes para garantir aos trabalhadores e trabalhadoras os seus direitos. Exigimos que a Secretaria de Educação libere, ainda na próxima semana, o calendário de entrega das cestas básicas aos alunos da rede municipal, executando o processo até a primeira quinzena de maio.
Cabe informar que no dia 29 de Abril, o SEPE - núcleo Rio das Ostras esteve presente na reunião extraordinária do Conselho Municipal de Educação, que tinha como pauta o debate sobre os (des) caminhos do ano letivo para a rede municipal de Rio das Ostras.
          Dentre outros pontos levantados pelo Sindicato, foi cobrado pelos representantes um posicionamento do Poder Público sobre a situação da distribuição de cestas básicas e/ou auxílio alimentação aos alunos da rede pública municipal. Em resposta, o secretário de educação de Rio das Ostras, Maurício Henriques Santana, informou dificuldades no andamento do repasse, justificando que apenas 11% da verba para a merenda vem de fundo federal – PNAE, liberado para o município desde o início do mês de abril; além disso, a empresa terceirizada, responsável por executar a alimentação escolar, não teria condições de fazer os kits de cestas básicas e, assim, seria necessário contratar uma outra empresa. Segundo o secretário, o processo de licitação, apesar de lento, estaria em fase final.
Fato é que não podemos ficar mais de um mês com a verba da merenda parada, sem repasse algum às famílias. A fome não espera.

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