Esse teu lenço que eu possuo e aperto.
de encontro ao peito quando durmo, creio
que hei de um dia mandar-te, pois roubei-o
e foi meu crime, em breve, descoberto.
Luto, contudo, a procurar quem certo
possa nisto servir-me de correio;
tu nem calculas qual o meu receio,
se, em caminho, te fosse o lenço aberto...
Porém, ó minha vívida quimera!
Fita as bandas que habito, fita e espera,
que, enfim, verás em trêmulos adejos,
Em cada ponta um beija-flor pegando,
ir o teu lenço pelo espaço voando,
Fonte: Internet/ Clube da Poesia
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