quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Sepe/RJ realiza assembleia da rede municipal do Rio de Janeiro dia 27 de fevereiro



Na assembleia geral da rede municipal do Rio de Janeiro, realizada em 27 de fevereiro, na ABI, a categoria decidiu realizar uma paralisação de 24 horas no dia 5 de março.



A paralisação tem como objetivo o lançamento da Campanha Salarial de 2013 nas escolas municipais e a participação dos profissionais da educação na Marcha em Defesa da Educação, que será realizada no mesmo dia, com concentração a partir das 16 horas na Candelária.



Outra deliberação da assembleia contra a utilização da Educação municipal como instrumento de marketing político pelo prefeito é a realização também neste dia de uma Aula Pública, na Cinelândia a partir das 12 horas.



O tema escolhido para a aula foi: “Escola não é banco, nem de brincadeira!” Trata-se de uma alusão á iniciativa da prefeitura de distribuir pelas escolas um antigo jogo conhecido por “Banco Imobiliário”, onde agora o governo faz propaganda de si mesmo à guisa de atividade “pedagógica”.


Aqui, a secretária Cláudia Costim se rivaliza com o secretário estadual, Sr. Risolia, na tarefa de “vender” a ideia de que “educação é negócio” – nem que para isso tenham que “preparar” as novas gerações conforme a cartilha mercadológica.



Por esse e outros motivos, a rede estadual também fará uma paralisação de 24 horas no dia 5 de março e participará da Marcha da Educação, dando início à campanha salarial deste ano.



A assembleia ainda marcou a data para a nova assembleia do município do Rio de Janeiro que será no dia 9 de março, sábado, a partir das 10 horas, em local a confirmar.



O representante da direção do Sepe Núcleo Rio das Ostras e Casimiro de Abreu presente nesta assembleia municipal apresentou uma proposta, que foi aprovada, de o Sepe organizar um fórum com os representantes (diretores ou militantes) do Sepe nas conferências municipais e intermunicipais, que antecederão à Conae 2014.


Além dos profissionais da educação da ativa, entre professores e funcionários, estiveram presentes aposentados que de longa data participam das mobilizações do Sepe.

Só a luta transforma a vida!

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IG: Instituto cobra cumprimento de lei para educação étnico-racial no STF


Após completar uma década de aprovação, a Lei nº 10.639 não conseguiu garantir que o ensino de história e cultura afro-brasileira faça parte dos currículos da educação básica e da formação dos professores do País. O descumprimento das exigências da lei, agora, se tornará tema de ação a ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (Iara) vai protocolar um mandado de segurança no tribunal na manhã desta sexta-feira. Na ação, os representantes do instituto pedem suspensão da abertura de novos cursos de graduação e licenciatura destinados a formar profissionais em educação nas instituições públicas; suspensão de repasse de recursos financeiros reservados aos programas de formação para esse tema e mudanças nos critérios de avaliação dos cursos.

Entre os muitos alvos da ação, estão a presidenta Dilma Rousseff; o ministro, o secretário-executivo e o de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação; o presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE); o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep); o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE); o ministro da Controladoria-Geral da União, o procurador federal dos Direitos do Cidadão; reitores de 44 universidades federais e o advogado-Geral da União.

“Estamos cobrando judicialmente tudo o que eles não fizeram antes e encaminhamos a ação para o Supremo Tribunal Federal por conta de um ato omissivo da presidenta da República. Todo o trabalho de pesquisa feito pelo Iara mostra que a implementação da lei é um faz de conta”, afirma Humberto Adami, advogado que representa o instituto.

O advogado explica que o Iara fez um levantamento sobre a situação da aplicação da lei nas escolas e universidades. Há projetos isolados sobre o ensino da história e cultura africanas e afro-brasileiras nas escolas; as universidades não têm disciplinas específicas para tratar o tema na formação dos professores – quando há, não é obrigatória – e as verbas destinadas ao financiamento dos programas da área são pouco utilizadas.

Pedidos “esquecidos”

Antes de decidir entrar com a ação no STF, o instituto pediu providências administrativas ao Ministério da Educação, em novembro do ano passado, “propondo representação por descumprimento da obrigatoriedade do estudo da história da África e dos afro-brasileiros, em relação aos órgãos responsáveis pela formação inicial, continuada, controle, fiscalização e avaliação das Políticas Públicas na estrutura da Educação”.

Sem resposta após 60 dias, o mesmo pedido foi feito à presidenta Dilma Rousseff. Adami diz que, baseado no descumprimento da lei, os autores da ação pediam o mesmo que consta agora no processo judicial: suspensão da abertura de novos cursos de graduação que formam professores; reavaliação dos cursos para diminuir os conceitos de qualidade das instituições que não oferecem a disciplina; suspensão de repasse dos recursos financeiros aos programas de formação e punir os responsáveis por não fiscalizar o cumprimento da lei.

“Com a omissão da presidenta, vamos propor essa ação. Houve muita verba pública destinada à implementação dessa lei. Foram realizados cursinhos, seminários, festas. Mas, de fato, não se modificou a resistência ao conhecimento da cultura afro-brasileira e do estudo da história dos africanos no Brasil”, afirma ele.

Segundo Adami, a lei provocou mudanças nas escolas – mesmo que não tão numerosas – mas não nas universidades. “É difícil cobrar da escola, que muitas vezes consegue fazer medidas pontuais e que dependem do esforço de muitas pessoas, se as universidades que formam estão do mesmo jeito”, avalia.

Não existe prazo para que os ministros do STF julguem a ação. Mas, para Adami, discutir o tema na Suprema Corte será de grande valia. Na opinião do advogado, uma geração de jovens está sendo prejudicada com a falta do conteúdo debatida nas salas de aulas da educação básica e das universidades.


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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Sepe/RJ convoca para Plenária Unificada dos Funcionários Administrativos


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Comissão da Verdade: 50 mil pessoas tiveram direitos violados durante a ditadura


Cinquenta mil pessoas foram atingidas de alguma maneira e tiveram direitos violados pela repressão durante a ditadura (1964-1985), aponta levantamento da Comissão Nacional da Verdade, que se reuniu ontem (25), em Brasília, com comissões estaduais e institucionais. Esse número inclui presos, exilados e torturados, além de familiares que perderam parentes e pessoas que sofreram algum tipo de perseguição. Um dos grupos de trabalho da CNV informou que já colheu 40 depoimentos, entre os quais de 12 agentes da repressão.

De acordo com o novo coordenador da comissão, Paulo Sérgio Pinheiro, que assumiu o cargo no dia 16, até agora foram examinados “por baixo” 30 milhões de páginas de documentos e também foram realizadas centenas de entrevistas. Pelo volume de informações, ele estima que a comissão deverá continuar pesquisando até o final do ano, quando terá um esboço do relatório final. “O relatório tem de estar nas mãos da presidenta da República [Dilma Rousseff] até dia 16 de maio [do ano que vem]. Em princípio, acordamos entre nós que até dezembro a grande minuta do relatório tem de estar pronta”, afirmou.

A CNV também assinou acordos de cooperação com a Associação Nacional de História (Anpuh), com o Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito (Conpedi), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro. Desde maio do ano passado, quando foi criada, a comissão havia firmado acordo com 12 instituições.

“A colaboração entre a CNV e outras comissões da verdade e entidades que lutam pela memória e verdade é decisiva para nosso trabalho, principalmente visando ao relatório final que iremos apresentar em 2014”, disse Pinheiro. “Estamos compartilhando nossa metodologia, nossa estratégia com uma ampla gama de comissões da verdade já criadas, algumas em criação e outros grupos que estão em processo de criação de suas comissões.”

A Comissão da Verdade dos Jornalistas informou que o número de casos já levantados de profissionais mortos pela ditadura, hoje em 16, vai aumentar. “Recebemos informações de outras investigações que apontam 24 jornalistas”, disse Rose Nogueira, representante da comissão.

A comissão nacional recebeu da Petrobras recentemente mais de 400 rolos de microfilmes, entre outros documentos. O material ajudará a CNV a analisar como a ditadura monitorava trabalhadores da estatal.

A Comissão da Verdade de São Paulo quer que o Itamaraty solicite ao governo dos Estados Unidos informações sobre Claris Halliwell, adido no consulado americano em São Paulo, que ia com frequência à sede do Dops na primeira metade dos anos 1970, conforme documentos obtidos no Arquivo Público do Estado. O pedido formal foi feito ontem. Hoje (26), na Assembleia Legislativa, a comissão promove audiência pública para discutir três casos de vítimas da repressão: Honestino Monteiro Guimarães, José Maria Ferreira Araújo e Paulo Stuart Wright.

A próxima reunião da comissão nacional está marcada para 4 de março.


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Pesquisador afirma que estrutura das escolas adoece professores




"O ambiente escolar me dá fobia, taquicardia, ânsia de vômito. Até os enfeites das paredes me dão nervoso. E eu era a pessoa que mais gostava de enfeitar a escola. Cheguei a um ponto que não conseguia ajudar nem a minha filha ou ficar sozinha com ela. Eu não conseguia me sentir responsável por nenhuma criança. E eu sempre tive muita paciência, mas me esgotei."

O relato é da professora Luciana Damasceno Gonçalves, de 39 anos. Pedagoga, especialista em psicopedagogia há 15 anos, Luciana é um exemplo entre milhares de professores que, todos os dias e há anos, se afastam das salas de aula e desistem da profissão por terem adoecido em suas rotinas.

Para o pesquisador Danilo Ferreira de Camargo, o adoecimento desses profissionais mostra o quanto o cotidiano de professores e alunos nos colégios é "insuportável". "Eles revelam, mesmo que de forma oblíqua e trágica, o contraste entre as abstrações de nossas utopias pedagógicas e a prática muitas vezes intolerável do cotidiano escolar", afirma.

O tema foi estudado pelo historiador por quatro anos, durante mestrado na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Na dissertação O abolicionismo escolar: reflexões a partir do adoecimento e da deserção dos professores, Camargo analisou mais de 60 trabalhos acadêmicos que tratavam do adoecimento de professores.

Camargo percebeu que a "epidemia" de doenças ocupacionais dos docentes foi estudada sempre sob o ponto de vista médico. "Tentei mapear o problema do adoecimento e da deserção dos professores não pela via da vitimização, mas pela forma como esses problemas estão ligados à forma naturalizada e invariável da forma escolar na modernidade", diz.

Luciana começou a adoecer em 2007 e está há dois anos afastada. Espera não ser colocada de volta em um colégio. "Tenho um laudo dizendo que eu não conseguiria mais trabalhar em escola. Eu não sei o que vão fazer comigo. Mas, como essa não é uma doença visível, sou discriminada", conta. A professora critica a falta de apoio para os docentes nas escolas.

"Me sentia remando contra a maré. Eu gostava do que fazia, era boa profissional, mas não conseguia mudar o que estava errado. A escola ficou ultrapassada, não atrai os alunos. Eles só estão lá por obrigação e os pais delegam todas as responsabilidades de educar os filhos à escola. Tudo isso me angustiava muito", diz.

Viver sem escola: é possível?

Orientado pelo professor Julio Roberto Groppa Aquino, com base nas análises de Michel Foucault sobre as instituições disciplinares e os jogos de poder e resistência, Camargo questiona a existência das escolas como instituição inabalável. A discussão proposta por ele trata de um novo olhar sobre a educação, um conceito chamado abolicionismo escolar.

"Criticamos quase tudo na escola (alunos, professores, conteúdos, gestores, políticos) e, ao mesmo tempo, desejamos mais escolas, mais professores, mais alunos, mais conteúdos e disciplinas. Nenhuma reforma modificou a rotina do cotidiano escolar: todos os dias, uma legião de crianças é confinada por algumas (ou muitas) horas em salas de aula sob a supervisão de um professor para que possam ocupar o tempo e aprender alguma coisa, pouco importa a variação moral dos conteúdos e das estratégias didático-metodológicas de ensino", pondera.

Ele ressalta que essa "não é mais uma agenda política para trazer salvação definitiva" aos problemas escolares. É uma crítica às inúmeras tentativas de reformular a escola, mantendo-a da mesma forma. "A minha questão é outra: será possível não mais tentar resolver os problemas da escola, mas compreender a existência da escola como um grave problema político?", provoca.

Na opinião do pesquisador, "as mazelas da escola são rentáveis e parecem se proliferar na mesma medida em que proliferam diagnósticos e prognósticos para uma possível cura".

Problemas partilhados

Suzimeri Almeida da Silva, 44 anos, se tornou professora de Ciências e Biologia em 1990. Em 2011, no entanto, chegou ao seu limite. Hoje, conseguiu ser realocada em um laboratório de ciências. "Se eu for obrigada a voltar para uma sala de aula, não vou dar conta. Não tenho mais estrutura psiquiátrica para isso", conta a carioca.

Ela concorda que a estrutura escolar adoece os profissionais. Além das doenças físicas – ela desenvolveu rinite alérgica por causa do giz e inúmeros calos nas cordas vocais –, Suzimeri diz que o ambiente provoca doenças psicológicas. Ela, que cuida de uma depressão, também reclama da falta de apoio das famílias e dos gestores aos professores.

"O professor é culpado de tudo, não é valorizado. Muitas crianças chegam cheias de problemas emocionais, sociais. Você vê tudo errado, quer ajudar, mas não consegue. Eu pensava: eu não sou psicóloga, não sou assistente social. O que eu estou fazendo aqui?", lamenta.


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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Assembleia geral do Sepe aprova recurso reconhecendo a legitimidade da convocação dos aprovados e a validade do 6º Concurso de Rio das Ostras


No dia 25 de fevereiro, segunda-feira, à noite, a categoria dos profissionais da educação atendeu ao chamado do Sepe para a realização de uma assembleia geral da rede municipal de ensino de Rio das Ostras.

Na pauta, a Campanha Salarial 2013 e a construção dos eixos de reivindicação: a) Reajuste Salarial acima da inflação acumulada no período, calculada pelo Dieese; b) Revisão do PCCV, meritocrático, da Educação; c) Chamada imediata dos aprovados no 6º Concurso Público.



A esses eixos principais, acrescentam-se: a) Cumprimento, para todos os professores, da Lei Federal do 1/3 da carga horária para planejamento e da redução da carga horária semanal; b) Reforma e construção de escolas e creches municipais; c) Plano de Saúde integral.

Ainda da pauta constava o recurso à deliberação anterior da assembleia geral da categoria que propugnou como decisão política a anulação do 6º Concurso Público de Rio das Ostras – recurso, por fim, aprovado nesta assembleia.

Para essa decisão concorreram os seguintes fatos, sumariados, a seguir:



1) O V Concurso Público de 2008, não foi prorrogado e não supriu as carências de profissionais para atender às necessidades da população de Rio das Ostras;

2) A realização do VI Concurso, de 2012, foi resultado de pressões da sociedade, inclusive do Sepe, para tentar resolver a permanente falta de serviço público, principalmente, em  áreas essenciais como saúde e educação;



3) Devido à onda de denuncismo, inclusive a partir de periódicos locais, apontando erros e mesmo fraudes no processo seletivo, levou alguns concursados a procurarem e pedirem ajuda ao Sepe, em meados de 2012, cobrando uma tomada de posição, o que resultou na decisão pela anulação do último concurso.

4) Apesar da decisão política tomada, em assembleia da categoria, os interessados diretos em levar a denúncia adiante não apresentaram provas documentais e nem se dispuseram a testemunhar o ocorrido, estando o Departamento Jurídico do Sepe sempre à disposição dos seus filiados. O Sindicato, portanto, não impetrou qualquer ação jurídica a respeito.



5) A decisão do governo anterior de publicar a homologação do VI Concurso somente ao final da gestão, dando como encerrado o processo seletivo, acabou por transformar num caso político-partidário o que seria mera formalidade administrativa de convocação dos concursados aprovados – dando prosseguimento de forma extemporânea à disputa eleitoral local;

6) A decisão do governo atual de realizar a contratação de forma ampla e irrestrita, adotando como um dos fundamentos a condição “sub judice” do referido concurso, trouxe sobressalto a todo processo, dado por já concluído, levando os concursados a um espontâneo e legítimo movimento de reivindicação em favor da chamada dos aprovados;



7) Como resultado da mobilização dos concursado aprovados, que o Sepe desde o início acompanhou, apoiou e registrou, levou à necessidade de uma reavaliação do processo, diante das seguidas protelações junto ao Ministério Público, por parte da Prefeitura de Rio das Ostras;

8) Desde o primeiro dia de protesto em frente à Prefeitura a direção do Sepe presente ao ato convidou alguns manifestantes do segmento da educação para uma reunião com o Departamento Jurídico do sindicato, o que ocorreu com uma representação de professores.



9) No dia 21 de fevereiro, quando da reunião do Ministério Público de Macaé com o procurador representante do município de Rio das Ostras, este, em ata da reunião, apresentou argumentos do ponto de vista do governo sobre a situação do Concurso, sendo que se utilizou de forma distorcida os “passos” adotados pelo Sepe no transcurso da polêmica sobre a validade do concurso;

10) Até a presente data, 25 de fevereiro, de efetivo, temos mais um cronograma de reuniões com o Ministério Público, sendo dia 25, com os concursados; dia 28 com a Fundação e dia 5 de março com a Prefeitura. No dia 18 de março, está previsto um possível posicionamento do M.P.



11) O Sepe já solicitou formalmente, por ofício,  audiências com o senhor Prefeito, com a senhora Secretária de Educação, com o senhor Presidente da Câmara Municipal, além do Ministério Público de Rio das Ostras para tratar de assuntos relevantes sobre a rede municipal de ensino, incluindo a polêmica sobre o 6º Concurso – tendo apenas o Ministério Público respondido, positivamente.

12) No estágio atual dos acontecimentos e no ensejo do início da Campanha Salarial de 2013, a assembleia geral da rede municipal é o fórum legítimo à reavaliação dos fatos e revisão da deliberação anterior de assembleia, concluindo esta pela validade do 6º Concurso (ainda que com eventuais correções) e reforçando a legitimidade da convocação dos concursados aprovados.



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Deliberações da assembleia da rede municipal de Rio das Ostras de 25 de fevereiro

a) Considerar válido o VI Concurso Público de Rio das Ostras e legítima a convocação dos concursados aprovados (ainda que com eventuais correções); 

b) Não haver paralisação de 24 horas na rede municipal, no dia 5 de março; 

c) Eixos da Campanha Salarial 2013 em Rio das ostras: Reajuste Salarial acima das perdas inflacionáveis no período; Revisão do PCCV com participação do Sepe e da categoria; Chamada imediata dos aprovados no 6º Concurso; 

d) Cumprimento de 1/3 da carga horária para planejamento para todos os professores, sem distinção; 
e) Construção e reforma de escolas e creches municipais; 

f) Plano de Saúde integral, sem suspensão do atendimento; 

g) Cobrar do Prefeito e da Secretária as audiências solicitadas pelo Sepe por ofício; 

h) Quanto ao VI Concurso, o DJ do Sepe deve estudar e encaminhar ação judicial cabível, além de continuar apoiando o movimento dos concursados; 

i) Cobrar do MP providência quanto ao VI Concurso e demais problemas na rede municipal; 

j) Calendário de Atividades: 05/03 – Marcha em Defesa da Educação, no Rio de Janeiro; 08/03 – Ato Público no Dia Internacional da Mulher, em Rio das Ostras, com outras entidades; 21/03 – Passeata do Movimento Estudantil, no Rio de Janeiro; 24/03 – Marcha pela Educação, em Brasília; 

k) Confeccionar faixas e outros materiais para as atividades do Núcleo, como VI Concurso e Dia da Mulher; 

l) Considerando a condição de Núcleo de repasse mínimo, solicitar ajuda ao Sepe/RJ quanto ao pagamento das despesas para a Campanha Salarial em curso.

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Molhando as raízes




Por Leonardo Boff 

Na vida experimentamos um paradoxo curioso: quanto mais avançamos em idade, mais regredimos para os tempos da infância. Parece que a vida nos convida a unir as duas pontas e começar a fazer uma síntese final. Ou quem sabe, o ocaso da vida com a perda inevitável da vitalidade, com os ritmos mais calmos e os limites incontornáveis desta última fase inconscientemente nos levam a buscar fortalecimento lá onde tudo começou. A cansada existência vem molhar as raízes naqueles começos de antanho para ainda tentar se rejuvenescer e chegar bem à travessia final.

Pois foi o que me ocorreu nesta primeira semana de fevereiro. Voltei à terra, às velhas terras (“terre vecchie”como dizemos entre os familiares): Concórdia, no interior de Santa Catarina. A cidade e as vizinhas são conhecidas em todo Brasil por seu produtos: quem não comprou frangos Sadia de Concórdia,  presunto da  Perdigão de Herval do Oeste, defumados da Aurora de Chapecó e salames de Seara? Pois todos estes frigoríficos distam poucos quilômetros uns dos outros. É uma região rica, de colonos italianos, alemães e poloneses, lugares onde o Brasil parece ter dado certo. Tudo é praticamente integrado, as casas são elegantes e coloridas, o bem-estar generalizado e não se conhecem favelas como as tantas que cercam a maioria das cidades do pais.

Primeiramente visitamos os sobreviventes da família. Do lado de minha mãe, apenas uma tia carregada de anos e de dores, do lado do meu pai ninguém mais. Só restam primos e primas. A maioria foi para as cidades, um trabalha em Montreal, como criador de jogos da internet, outro é diplomata, os demais em profissões liberais. Alguns ficaram na terra.

Em seguida, os lugares queridos da infância. Eles marcaram nossa psiqué porque os levamos entro: cada morro, cada curva do caminho, cada  subida ou descida e os vastos horizontes por todos os lados, vislumbrando-se montanhas do Rio Grande do Sul e os elevados do Campos Gerais de Santa Catarina. O olhar infantil exagera nas proporções. O que considerávamos uma subida penosa e íngreme, não passa de singela descida ou subida. Os montes imensos são apenas coxilhas. Mas ficaram iguais as profundas canhadas, as pedras por todo canto que tornavam penosa a lavoura dos colonos: o cultivo do trigo e do milho. Os parreirais tão abundantes, um para cada casa, praticamente, despareceram, pois o vinho de qualidade se tornou acessível.

Aqui nos sentimos parte daquela paisagem, aqui estão nossas raízes, o lugar a partir de onde começamos a alimentar sonhos, a contemplar as estrelas nas frias noites de inverno e a nos situar no mundo. Curiosamente quando tenho que falar em lugares tidos importantes como na Assembleia Geral da ONU ou em Harvard, remeto-me ao tempo da pedra lascada de onde vim; lembro  o piá de pés descalços e cheios de bichos do pé que fui, alimentado com muita polenta e leitura temporã de livros. Por mais esplêndidas paisagens que tenha tido ocasião de contemplar, nenhuma é  interiormente mais bela do que aquela de minha infância. Porque ela é única no mudo. Tudo o que é único no universo nunca mais volta a ocorrer e por isso é intrinsecamente belo.

Mas o que me marca cada vez que visito os parentes são as festas que improvisam: come-se muito, a comida regional, a polenta, os “radicci” os vários tipos de “biscotti” e “cucas alemães”,  a “fortaia” as massas. os queijos e salames caseiros e naturalmente o churrasco. A maioria que ficou na terra teve pouca escolarização: falam um mistura deliciosa de dialeto vêneto e de português. A cantilena é a mesma, com forte sotaque italiano, do qual eu mesmo nunca me libertei. As mãos rudes do trabalho e os rostos vincados da luta pela vida causam forte impressão. E vigora entre todos uma benquerença e cordialidade de fazer chorar. Os abraços são de vergar as costelas e os beijos das primas mais idosas, da nossa idade, são longos e estalados. De algumas sinto o cheiro de minha própria mãe, o mesmo olhar, a mesma forma de colocar a mão à cintura.Quem resistirá a emoção? Lágrimas  benfazejas escorrem dos olhos.

Os tempos voltam ao início misterioso da caminhada da vida.  Mas temos que prosseguir. Eles vão junto no coração, agora leve e rejuvenescido porque molhou as raízes na essência da vida que é o sangue, o laço, o afeto e o amor.

Fonte: http://leonardoboff.wordpress.com/2013/02/08/molhando-as-raizes/

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