”Que
venturoso cárcere suave”
Que venturoso cárcere suave,
onde, nem por furor nem por despeito,
mas por ternura e amor, me tem sujeito
minha bela inimiga, em doce entrave.
Há prisioneiros que, ao girar da chave,
se contristam. Eu rio, satisfeito:
não vê morte a esperança do meu peito,
nem juízes severos, nem lei grave,
mas ternas acolhidas, mas ardente
liberdade de abraços, mas desejos,
palavras livres e risinhos loucos,
mas doces beijos, dados docemente,
e mil e mil e mil e mil, mil beijos,
que, por mais que se contem, são bem poucos.
Tradução: Delson Tarlé
Fonte: Internet/ Clube da Poesia
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