quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Conversando com versos (89): "Pálida, à luz da lâmpada sombria", de Álvares de Azevedo (1831-1852)




"Pálida, à luz da lâmpada sombria"



Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar, na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d'alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Era a mais bela! o seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...

Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites eu velei chorando,
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo! 

Fonte: Azevedo, Álvares de. Coleção Literatura Comentada. São Paulo: Abril Educação, 1982, p.22


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