Da Rede
Brasil Atual
Todos os
estados do país tiveram greves e paralisações de professores em suas redes
estaduais no ano de 2013, reivindicando aumento de salários, melhores condições
de trabalho e aprimoramento dos planos de carreira, segundo dados da Rede Vozes
da Educação e do Observatório da Educação, divulgados nesta semana, a partir de
consulta a 27 sindicatos estaduais e da imprensa entre janeiro a outubro de
2013.
Além das
paralisações localizadas, 22 estados aderiram à greve nacional convocada pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) nos dias 23, 24 e 25
de abril, durante a Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública.
São eles Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Espírito Santo, Maranhão, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Piauí,
Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina,
São Paulo, Sergipe e Tocantins.
“Foi um ano
positivo dentro dos limites colocados para a gente. O salário e o plano de
carreira são os dois grandes motes da negociação e temos todo um processo de
mobilização que não conseguiu avançar, mas que manteve o piso e a carreira sem
nenhuma redução”, disse o secretário de assuntos educacionais da Confederação
Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo. “A mobilização
foi mais de resistência e de impedir que a gente perdesse.”
A próxima
mobilização da categoria, organizada pela entidade, será em 4 de dezembro, em
Brasília. “Ano que vem é uma ano eleitoral e fica mais difícil nas redes
estaduais porque só temos até abril para negociar. Depois disso a lei eleitoral
impede. Porém, geralmente são anos que os estados abrem um pouco mais. Não
chega no que a gente quer, mas historicamente conseguimos reajustes de dois
dígitos.”
Municípios
Além das
greves nas redes estaduais, o levantamento apontou que os professores
paralisaram as atividades também em 118 municípios de 12 estados. O caso de
maior repercussão, devido à violência na repressão ao movimento, foi no Rio de
Janeiro, onde a categoria paralisou as atividades por 77 dias.
A greve teve
início em 8 de agosto, reivindicando um plano de carreira com melhorias reais
na progressão de cargos e salários, sem achatamentos ou distorções e a não
aprovação da proposta de aumento salarial feita pelo prefeito Eduardo Paes
(PMDB), que contemplava apenas os profissionais em regime de 40 horas semanais.
Durante a
mobilização, os professores chegaram a ocupar a Câmara Municipal do Rio de
Janeiro para tentar impedir a aprovação do plano proposto pela Prefeitura. Os
manifestantes foram retirados à força pela Política Militar após a Câmara
conseguir na Justiça um mandado de reintegração de posse.
Pelo menos
20 professores ficaram feriados. A truculência da ação revoltou a população da
cidade e gerou uma série de protestos e manifestações. A Câmara Municipal
aprovou o projeto da prefeitura. O Sindicato dos Profissionais da Educação
(Sepe) do Rio de Janeiro, no entanto, conseguiu garantir reajuste de 8% para a
categoria, em um acordo com o poder público municipal, no Supremo Tribunal
Federal.
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