Segunda, 25 de novembro de 2013
"A dívida brasileira alcançou R$ 3,6
trilhões ou 82% do PIB”, diz a auditora fiscal.
O endividamento público de vários países gerou o
que Maria Lúcia Fattorelli denomina de "sistema da dívida”, ou seja, a
"utilização do endividamento público às avessas; em vez de servir para
aportar recursos ao Estado, o processo de endividamento tem sido um instrumento
de contínua e crescente subtração de recursos públicos, que são direcionados principalmente
ao setor financeiro privado”. Segundo ela, a dívida pública é, atualmente,
"um dos principais alimentos do capitalismo, especialmente na atual fase
de financeirização global,
e favorece a concentração de renda no setor financeiro, aumentando ainda mais o
seu poder”. E dispara: "O Sistema da Dívida opera de modo similar nos
diversos continentes, fundamentado no enorme poder do setor financeiro, em
âmbito mundial, o que lhe possibilita exercer seu controle sobre as estruturas
legais, políticas, econômicas e de comunicação de países, gerando diversos
mecanismos que viabilizam esse esquema”.
Na entrevista a seguir, concedida à IHU On-Line por
e-mail, a auditora fiscal também comenta a dívida dos estados brasileiros, a
qual foi gerada de "forma espúria” e "passou a crescer em escala
exponencial devido à extorsiva remuneração nominal cobrada pelo governo
federal, correspondente à incidência de atualização monetária mensal automática
calculada com base na variação do IGP-DI, cumulativa com a incidência de juros
de 6 a 9% ao ano”.
De acordo com ela, a remuneração nominal tem sido
abusiva e levado os estados a contraírem junto ao Banco Mundial e bancos
privados. "Uma verdadeira aberração e ofensa ao Federalismo, além do risco
de transferir a crise financeira para o interior do país. Isso porque tais
bancos internacionais exigem, entre outras condicionalidades, a transformação
do sistema previdenciário estadual para a modalidade de fundos de pensão de
natureza privada, que investem fortemente em derivativos – papéis podres que
provocaram a crise financeira nos Estados Unidos e na Europa”, esclarece.
Maria Lúcia Fattorelli ainda
chama a atenção para as implicações sociais da dívida pública dos Estados.
"O custo da dívida pública é transferido diretamente para a sociedade, em
particular para os mais pobres, tanto por meio do pagamento de elevados
tributos incidentes sobre tudo o que consomem, quanto pela ausência ou
insuficiência de serviços públicos a que têm direito - saúde, educação,
assistência social, previdência - e, ainda, entregando patrimônio público
mediante as privatizações e a exploração ilimitada de riquezas naturais, com
irreparáveis danos ambientais, ecológicos e sociais. O custo social é imenso”.
Segundo ela, a dívida externa brasileira explica o "paradoxo inaceitável
que existe em nosso país: sétima economia mundial e um dos países mais injustos
do mundo, desrespeitando direitos humanos fundamentais, como denuncia a
inaceitável classificação em 85º lugar segundo o IDH medido pela ONU”.
Maria Lúcia Fattorelli é auditora fiscal e
coordenadora da organização brasileira Auditoria Cidadã da Dívida. Foi membro
da Comissão de Auditoria Integral da Dívida Pública – CAIC no Equador em
2007-2008. Participou ativamente nos trabalhos da Comissão Parlamentar de
Inquérito sobre a dívida realizada no Brasil. É autora de Auditoria Da Dívida
Externa. Questão De Soberania (Contraponto Editora, 2003).
Confira a entrevista na íntegra em: http://www.adital.com.br/?n=cn9x
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