quinta-feira, 9 de maio de 2013

Ser-mercadoria num momento histórico de crise radical da forma-mercadoria. Entrevista com Giovanni Alves


"A maior ameaça aos direitos sociais dos trabalhadores brasileiros não é a direita reacionária, mas sim a tibieza de parte da esquerda reformista hegemônica incapaz de aprofundar, sem aventuras, mas com ousadia, as reformas sociais no país", assevera o sociólogo.

A década de 2000 foi de reorganização do capitalismo brasileiro com as grandes empresas aumentando investimentos produtivos, reordenando suas estratégias de negócios na perspectiva da concorrência internacional acirrada.

A opinião é de Giovanni Alves, professor da Unesp, em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line.
Para ele, hoje temos "a formação da consciência de classe e, portanto, a formação da classe social capaz de promover mudanças históricas profundas no Brasil”.

"Na época de crise estrutural do capital, - continua o sociólogo - a renúncia do sindicalismo à formação da consciência de classe é deveras muito perversa, pois o que a história está cada vez mais mostrando é que não existe futuro com o capitalismo”.

Segundo ele, "a ‘captura’ da subjetividade do trabalho vivo adquiriu dimensões amplas e intensivas. A lógica da gestão toyotizada invadiu não apenas o chão de fábrica, mas os escritórios e repartições públicas e até a vida cotidiana (no plano léxico-locucional, por exemplo, trabalhador assalariado tornou-se mero ‘colaborador’, linguagem apropriada também por lideranças sindicais). Enfim, a reestruturação produtiva assumiu novas dimensões no plano do controle laboral”.

Giovanni Alves (foto abaixo) é professor da Faculdade de Filosofia e Ciências do Departamento de Sociologia e Antropologia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho– Unesp, no campus de Marília. Livre-docente em teoria sociológica, é mestre em Sociologia e doutor em Ciências Sociais pela Unicamp. Atualmente, desenvolve o projeto de pesquisa "A derrelição de Ícaro – Sonhos, expectativas e aspirações de jovens empregados do novo (e precário) mundo do trabalho no Brasil (2003-2013)”. É autor de, entre outros, Dimensões da precarização do trabalho – Ensaios de sociologia do trabalho(Bauru: Projeto editorial praxis, 2013).

Leia a entrevista na íntegra:  http://www.adital.com.br/?n=ckgl

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