quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Encontro de lideranças de aposentados confraterniza e prepara as lutas para 2013



No dia 11 de dezembro, terça-feira, de 10 às 17 horas, ocorreu no auditório do Sepe/RJ o Encontro de Lideranças de Aposentados, quando ocorreu a tradicional confraternização de fim de ano.

A pauta prevista foi a seguinte: 1) Informes gerais; 2) Avaliação do 36º Encontro Estadual dos Aposentados; 3) Organização das lutas para 2013. Compareceram representantes de Núcleos e Regionais e representaram o Núcleo do Sepe Rio das Ostras e Casimiro de Abreu os diretores Anna Ferreira, funcionária aposentada, da Secretaria de Aposentados, e Rosaldo Peixoto, professor aposentado, da Secretaria de Finanças.



A luta dos aposentados da Educação vem de longa data no país e no estado do Rio de Janeiro. Por aqui, o Sepe – Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação – teve e tem tido atuação fundamental na defesa da Escola Pública e de seus profissionais, com destaque na luta dos aposentados pela “paridade com integralidade”.



Isto quer dizer, a garantia dos mesmos índices de reajustes  junto aos profissionais da ativa (sem perdas no poder aquisitivo) e  o direito à aposentadoria com salário integral (sem perdas nos vencimentos).  Daí porque o Sepe não aceitar as políticas de “abonos” e “gratificações” que dividem e enfraquecem o conjunto da categoria.



Houve muitas transformações nas condições de trabalho e de vida dos profissionais da educação ao longo dessa luta. Houve tempo em que o pagamento dos salários ocorria nas escolas através do “carro pagador”.  A atual “conta bancária” é resultado de nossa resistência (mas também da “financeirização” da sociedade).



No passado, as professoras não podiam trabalhar de calça comprida (além de outras discriminações); não havia creches para professoras-mães; não havia Plano de Carreira e a escolha de escolas (com direito à remoção) e de turmas se dava por critérios pouco transparentes.



Durante os “anos de chumbo”, da década de 1960 até a de 1980, o povo brasileiro se organizou e se mobilizou contra a ditadura civil-militar que se instalou no País em nome da “democracia”, quando muitos educadores e estudantes não escaparam do autoritarismo e injustiças. Realidade essa, como é do conhecimento geral, que se espalhou por diversos países da América Latina.



A seguir, veio o chamado processo de redemocratização, pondo fim ao triste regime de exceção com movimentos que marcaram nossa história recente, como as “Diretas-já!”, o “Tortura nunca mais!”, entre outros. Trabalhadores e estudantes estiveram presentes nos muitos atos e marchas nacionais pelas mudanças e, em particular, em defesa da educação pública, gratuita, democrática, laica, universal e de qualidade social. Além da melhoria da qualidade de vida da classe trabalhadora no Brasil.



Até a Constituição de 1988, chamada por muitos de “Cidadã”, os servidores públicos brasileiros não tinham direito à sindicalização, ficando mais vulneráveis aos governantes autoritários de plantão. Aqui também houve muita luta contra a repressão e perseguições às lideranças, sendo mais um direito conquistado às novas gerações de trabalhadores. Num período, o Sepe funcionou na clandestinidade com os riscos inerentes a tal ousadia.



Neste período, o Sepe participou das diversas frentes de mobilização, como na luta pela LDB (Lei de Diretrizes e Bases) que expressasse uma educação democrática; na luta pelo PNE (Plano Nacional de Educação) construído pela sociedade brasileira, visando garantir os 10% do PIB para a educação pública (luta ainda atual) e na organização do Fórum Nacional em Defesa da Educação Pública, que se desdobrou em outras ações reivindicatórias.



Neste rastro de lutas, outras conquistas deixaram suas marcas: o Plano de Carreira (estadual) arrancado após muitos anos de mobilização; Concurso Público para professores e funcionários administrativos, dificultando o apadrinhamento e clientelismo; até conseguirmos a Carta Sindical outorgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, dando legalidade à representação sindical  legitimada pelas lutas.



A bandeira principal dos aposentados continua sendo a do Plano de Carreira Unificado, que seguidos governos teimam em não concretizar. Alguns vão mais além, quando tentam desmontar o Plano de Carreira em vigor atacando, como agora, os triênios dos servidores civis estaduais. Querem implantar a força um “Plano de Metas” com perfil “meritocrático” tendo como base a lógica mercantil das fábricas: “ganha mais quem produz mais”.



Hoje, antigas lutas continuam em pauta: a paridade com integralidade; o desmonte definitivo do IASERJ (e não apenas do Hospital Central); a incorporação dos R$164,00 para professores aposentados e R$ 50,00 para funcionários administrativos, entre outras.



Nas diversas redes estaduais e municipais, sucessivos governos têm desrespeitado direitos como o do piso salarial profissional nacional e a redução de um terço da carga horária semanal para atividades extraclasse (Lei Federal nº 11.738/2008). Além de existir “assédio moral” generalizado sobre os profissionais da ativa. Lutas essas que os aposentados devem buscar aderir e se agregar.



Muitas têm sido as atividades dos aposentados da educação desde a histórica greve do Sepe de 1979 – verdadeiro “batismo de fogo”. Naqueles tempos, o “Maracanazinho” era pequeno para a multidão militante. São arenas históricas  de lutas: o “sambódromo”, o “teatrão” e a concha acústica da UERJ; a Avenida  Rio Branco; a Candelária e a Cinelândia; a Alerj e arredores; o “banerjão”); o Palácio Guanabara; a Central do Brasil e muitos outros lugares.



Igualmente, muitas têm sido as tarefas: atos públicos e marchas dos aposentados; assembleias, conferências e congressos; reuniões de coletivos, de secretarias e de diretorias; encontros estaduais, regionais e nacionais; seminários, itinerâncias e ocupações; plebiscitos, recadastramentos, cartas e abaixo-assinado etc. Agora, temos  os desafios e as possibilidades das redes sociais...



Daí a importância de se fortalecer as reuniões ordinárias da Secretaria de Aposentados no Sepe Central e nos Núcleos  e Regionais onde existem, e de se criar onde não há; além dos próprios Coletivos de Aposentados, com suas reuniões periódicas de lideranças, como no Rio de Janeiro. A realização dos Encontros Estaduais ocorre segundo o rodízio entre os municípios que se apresentam para sediar o evento, respeitando a distribuição geográfica e a equidade nos pleitos. O objetivo maior é possibilitar a interiorização e o fortalecimento da luta dos aposentados do Sepe.



Ao finalizar mais um ano letivo, o Encontro de Lideranças de Aposentados é mais uma oportunidade, não apenas para confraternizar, mas também para revigorar as lutas que estão por vir. Deve ainda servir de referência para aqueles, veteranos ou novatos, que procuram o seu sindicato para atuar como profissionais militantes (e não meros militantes profissionais) de forma autônoma e independente de governos e de partidos.



É, portanto, este o sonho que nos move para continuar a resistir, ainda como aposentados, nas lutas que tem como origem e orientação o combate ao sistema capitalista rumo a uma sociedade mais justa, fraterna e solidária.

Só a luta transforma a vida!

Diretoria do Sepe Núcleo Rio das Ostras e Casimiro de Abreu

Sepe - Núcleo Rio das Ostras e Casimiro de Abreu
End.: Alameda Casimiro de Abreu, 292 – 3º and. Sl. 8 – Centro – Rio das Ostras
Tel.: (22) 2764-7730
Horário de Funcionamento: Segunda, Quarta e Sexta das 09h às 13h; Terça e Quinta das 13h às 17h.
Twitter: @sepeostras
Facebook: Perfil Sepe Rio das Ostras


Nenhum comentário:

Postar um comentário