quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

CAE transfere decisão sobre Plano Nacional de Educação para 2013


A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) adiou o exame do novo Plano Nacional da Educação (PNE), que agora só deverá ser retomado no ano que vem. A decisão ocorreu nesta terça-feira (17), a pedido do relator, senador José Pimentel (PT-CE). Ele esclareceu que mais de 30 novas emendas foram recebidas desde o dia anterior. Por isso, vai necessitar de mais tempo para avaliar as sugestões.

O novo PNE (PLC 103/2010) estava em pauta da semana passada, mas teve seu exame transferido em razão de pedido de vista coletiva depois da leitura do relatório de Pimentel. O relator manteve a meta para a ampliação progressiva dos investimentos em educação até que sejam atingidos 10% do Produto Interno Bruto (PIB).

Enviado pelo Executivo à Câmara dos Deputados, em 2010, originalmente o projeto previa a ampliação até o mínimo de 7% do PIB. Os deputados aprovaram a ampliação para 10% do PIB, o que vale para o conjunto dos gastos da União, estados e municípios.

O plano deveria ter sido colocado em prática já em 2011, o que deixou de ocorrer por causa da demora na análise do projeto pela Câmara. Se tudo seguisse como previsto, o percentual de 10% do PIB deveria ser atingido ao final de dez anos desde aquele momento, ou seja, até 2020. Agora, Pimentel sugere que o plano seja válido a partir do efetivo início de vigência da lei a ser aprovada.

Nesse caso, haverá ampliação automática do tempo para atendimento da meta final de 10% do PIB. Ainda há uma meta intermediária de 7% do PIB, que deve ser atingida no quinto ano de vigência do plano. Atualmente, o Brasil investe pouco mais de 5% do PIB em educação.

Pimentel também inclui no texto emenda para proibir a inclusão de despesas com aposentadorias e pensões no cálculo dos investimentos em ensino com base no PIB. Outra sugestão trata das fontes de recursos para a ampliação progressiva das despesas com educação. Ele defende que seja destinado ao setor todo o dinheiro das compensações financeiras pela exploração de recursos minerais.

A emenda destina ao ensino público recursos do Fundo Social do Pré-sal, dos royalties e das participações especiais pela exploração do petróleo, mas sem especificar percentuais. O relatou preferiu indicar que lei especial definirá essa vinculação, um debate que já vem sendo feito por meio da Medida Provisória 592, editada pela presidente Dilma após vetos à recente lei que redistribuiu os royalties entre os estados.


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