Por Geraldo Trindade
Nas últimas semanas duas notícias tornaram-se
alarmantes, pois trouxeram à tona a realidade existencial de milhões de
adolescentes e jovens. Uma jovem se suicida no Piauí quando tem um vídeo
privado divulgado e difundido entre celulares; o outro fato é o suicídio de uma
jovem mexicana. O que há em comum é que ambas jovens anunciaram suas mortes em
redes sociais, onde receberam centenas de curtidas e comentários.
A pergunta é: por que tal ação? O que leva jovens
ao suicídio?
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o
suicídio juvenil é a terceira causa de morte entre pessoas de 15 a 44 anos e o
suicídio anunciado por meio das redes sociais tem crescido em muitos países.
Hoje o dia-a-dia das pessoas exige uma velocidade
muito maior do que há anos atrás, os relacionamentos presenciais foram sendo
substituídos pelos virtuais, desencadeando um afastamento do mundo real. A era
da informação e da tecnologia está lançada! O íntimo, que não era para ser
exposto, mas sim preservado, pois é uma instância de segredo, de ser "dono
de si mesmo” está sendo substituído por uma compulsão pela exposição de si nas
revistas e nas redes sociais. Na maioria das vezes essa hiperexposição é o sintoma
da angústia do vazio.
É indiscutível o papel desempenhado pelas redes
sociais no âmbito da vida privada, social, política, comunicacional e
profissional. Elas favorecem a interação entre as pessoas. Dão visibilidade,
facilitam a comunicação, o reencontro, eliminam as extensões territoriais; além
de ter um poder ainda incalculável de convocação e mobilização. As mudanças
provocadas pelas redes sociais não são para o futuro, pois elas são presente e
intervém significativamente no comportamento das pessoas. A inclusão e a
participação nas redes sociais dá a sensação de ter muitos amigos, de estar
antenado e conectado aos acontecimentos com uma participação efetiva e
eficiente. Tudo isso é uma verdade em termos, pois essas conexões e realidades
são raseiras e instáveis, os relacionamentos superficiais e temporários e os
vínculos momentâneos.
Na "vida” das redes sociais a busca de
novidades é o interesse geral. Os comentários que importam são os seus,
enquanto que os dos outros servem para que se possa expressar a opinião
individual. A imagem que os outros têm é essencial e a aceitação também. Daí a
exposição com fotos, informações de viagens, atividades, emoções e sentimentos.
É a sensação de ser querido e bem aceito pelas curtidas e comentários na foto escolhida
a dedo dentre as infinidades de álbuns. Há uma disputa de quem aparenta levar
uma vida mais bacana, mais interessante e mais feliz. Quando se posta uma foto,
a pessoa revela um fragmento daquilo que se deseja que os outros definam e
aceitem.
Cada um busca ser mais brilhante, interessante e
atraente do que o outro. Nesta empreitada muitos são os seguidores e
"amigos”, mas os usuários mais sensatos sabem que são poucos aqueles com
os quais se podem contar. O resultado de tudo isso é frustração, solidão e
incapacidade de lidar com seus próprios sentimentos.
O nível de suicídio entre os jovens revela que não
se está preparado para lidar com as frustrações em meio ao narcisismo da
cultura e da mentalidade de que somos sempre o centro do universo e da realidade.
A pobreza da vida interior presente no coração das pessoas não encontrará a
solução por meio da tecnologia e da posse de bens materiais.
A solidão no século 21 bate à porta de inúmeras
pessoas cercadas de "amigos” virtuais. Ao mesmo tempo que os comentários
em um post estimulam, são eles também capazes de levar a pessoa à frustração e
à necessidade de exposição sem limites, a fim de encontrar nos milhares de
usuários virtuais a aceitação que nem a própria pessoa tem dela. Gera-se a
angústia, a ansiedade, as frustrações, invejas, raivas, alegrias e curiosidades
pelos feedbacks.
Neste emaranhado de relações nas redes sociais
deve-se ir além das superficialidades que elas podem oferecer. As relações
virtuais e superficiais não podem ser capazes de substituir as reais. O
imediatismo do contato pela rede não ultrapassa a grandeza do relacionamento de
cada dia reconhecer no outro suas riquezas, tesouros e dons, de forma pessoal.
O verdadeiro tesouro dos relacionamentos não está na quantidade, mas o quanto
fundo se vai, lançando mutuamente na relação o seu eu na verdadeira recíproca
do descobrir e desvelar no rosto do outro um amigo e uma amiga.
Diretoria do
Sepe Núcleo Rio das Ostras e Casimiro de Abreu
Sepe - Núcleo Rio das Ostras e Casimiro de Abreu
End.: Alameda Casimiro de Abreu, 292 – 3º and. Sl. 8 – Centro – Rio das Ostras
Tel.: (22) 2764-7730
Horário de Funcionamento: Segunda, Quarta e Sexta das 09h às 13h; Terça e Quinta das 13h às 17h.
E-mail: sepe.riodasostrasecasimiro@gmail.com
Twitter: @sepeostras
Tel.: (22) 2764-7730
Horário de Funcionamento: Segunda, Quarta e Sexta das 09h às 13h; Terça e Quinta das 13h às 17h.
E-mail: sepe.riodasostrasecasimiro@gmail.com
Twitter: @sepeostras
Facebook: Perfil Sepe Rio das Ostras
Nenhum comentário:
Postar um comentário