Em Rio das Ostras, um decreto municipal de 3 de fevereiro
apontou que a princípio as aulas da rede municipal não retornarão antes de 30
de abril. Neste mesmo dia, a prefeitura publicou um protocolo sobre o retorno
às aulas. A posição defendida pelo SEPE é vacinar os profissionais da educação
antes do retorno às aulas presenciais. O SEPE participou das reuniões da
comissão do conselho municipal de educação que elaborou o texto, mas não tem
responsabilidade sobre sua redação final. Trata-se de um documento ainda frágil,
marcado pela tentativa de compartilhar com as escolas e profissionais da
educação as responsabilidades, que na nossa visão, são principalmente da SEMEDE
e da Prefeitura de controle epidemiológico.
O
documento é, sobretudo, um conjunto de dicas para evitar a contaminação por
Covid-19, envolvendo, por exemplo, limpeza de ar-condicionados, cuidados com
lixo, escalonamento de turmas, oferecimento de alimentos, informação à
comunidade, etc.. Estão praticamente ausentes investimentos em mudanças
logísticas e estruturais das escolas. Uma das únicas que se encontra é a de
instalação de pias em áreas externas. Um exemplo do caráter omisso do protocolo
temos quando ele diz que deve-se “priorizar bebedouros de torneiras”. Ou seja,
não há nenhum comprometimento material para instalação de novos bebedouros,
apenas uma dica de qual seria melhor.
Por
outro lado, temos que o documento considera como elementos necessários na
escola EPIs (como máscaras), suportes de álcool gel e certos materiais de
limpeza. Entretanto, não deixa margem para as formas de controle sobre a real
oferta desses produtos na escola. É como se fosse garantido que a escola terá
tudo o que precisa para funcionar bem.
As
“considerações finais” do documento deixam claro que o protocolo pesa sobre as
escolas, mas não sobre o governo. Identificar sintomas, e manter estudantes a
1,5m de distância, inclusive no recreio, seriam apenas algumas das nossas
tarefas extras. Temos menção a “professores voluntários”, mas nem sombra de CONVOCAÇÃO
DOS NOVOS CONCURSADOS para fortalecer a escola. Pedem que, se possível, certos
espaços escolares sejam utilizados como sala de aula. Mas obras de ampliação
nas unidades não fazem parte do plano.
Importante
também lançar dúvida sobre o critério mínimo para o retorno presencial: 4
semanas de bandeira verde. Qual é a qualidade dos dados que norteiam a
classificação? Há testagem o suficiente na cidade capaz de concretamente
oferecer conhecimento sobre a evolução da pandemia e definir a bandeira?
A posição que a categoria do nosso sindicato tem defendido em diversas redes municipais, e também na rede estadual, é a de que apenas a vacinação garante uma volta segura as aulas. Em assembleias de diversas regiões, a greve já foi deflagrada para defender essa posição. Isso porque, mesmo quando bons no papel, protocolos não garantem segurança sanitária nas escolas.
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