A mensagem com o projeto de lei do governador
Sergio Cabral que propõe um reajuste salarial para a educação começou a ser
votada ontem, dia 4, pela Assembleia Legislativa (Alerj). Assim que começaram
os trabalhos da sessão, os deputados aprovaram uma emenda com um reajuste de 8%
a ser pago no salário de junho (sendo depositado na conta dos servidores em
julho) – alterando em apenas 1% a mensagem original. No entanto, essa emenda
dos 8% sofreu destaque por parte da oposição e voltará a ser discutida em
plenário. O destaque propõe um reajuste de 15%. Ou seja, o reajuste ainda pode
ser alterado para melhor (15%) no plenário pelos deputados.
O segundo item a ser votado foi a emenda proposta
pelo Sepe, que determina que cada matrícula do profissional da educação deve
corresponder à lotação em apenas uma escola. A emenda foi aprovada, contra a
vontade do governo, que foi derrotado, em uma vitória da mobilização da
categoria. Assim que terminou essa votação, a maioria da bancada governista se
retirou do plenário e a sessão teve que ser encerrada por falta de quórum. O
Sepe tem informações de que a sessão será reaberta nessa quarta-feira, dia 5.
Por isso, o Sepe convoca a categoria a paralisar as atividades para acompanhar
a votação, a partir das 13h, na Alerj.
Reajuste não
compensa perdas
O reajuste de 8% não cobre as perdas salariais do
magistério, estimadas em mais de 23% pelo Dieese, em pesquisa feita com os
dados relativos ao período de setembro de 2006 a maio de 2013. O Sepe, em
protesto contra o baixo índice proposto pelo governo, convocou uma paralisação
de 24 horas para hoje para que a categoria pudesse acompanhar as votações no
plenário.
O sindicato vem negociando com os parlamentares a
aprovação de nossas emendas desde o dia 14 de maio, data em que o PL chegou à
Alerj. Todas as propostas de emendas aprovadas pela categoria nas assembleias
foram apresentadas aos parlamentares – inclusive aquelas que propunham um
reajuste que cobrisse as perdas salariais.
O Sepe, acompanhado da categoria, participou de uma
audiência pública na Alerj, em maio, quando mostramos aos deputados a grave
situação da educação pública estadual do Rio, com baixos salários, más
condições de trabalho e a falta de uma política salarial digna por parte do
governo, que vem priorizando uma política meritocrática, criando bonificações,
como o programa “Certificação”.
Nessa segunda-feira, dia 3, ocorreu a reunião do
Colégio de Líderes da Alerj, com a participação do Sepe.
A seguir, as emendas propostas pelo Sepe que foram
apresentadas na Alerj:
1) Aumentar o percentual do reajuste para que
reponha as perdas salariais do magistério, que são, pelo Dieese, de setembro de
2006 a abril de 2013: 23,70% pelo INPC-IBGE e de 21,33%, de acordo com o
IPCA-IBGE;
2) Carga horária de 30 horas para todos os
funcionários administrativos;
3) Enquadramento por formação para os funcionários
administrativos;
4) Cada matrícula do profissional da educação
deverá corresponder à lotação em apenas uma escola (APROVADA);
5) Garantia de lotação do professor docente II em
atividades do magistério;
6) Data base em maio;
7) Um terço da carga horária para planejamento;
8) Abono dos dias parados em abril (16 a 18/04);
9) Nenhuma disciplina com menos de dois tempos de
aula em todas as séries;
10) Suspensão do Artigo 4º do PL do governo;
11) Piso para o professor de 5 salários mínimos e
3,5 salários para o funcionário.
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