quarta-feira, 11 de abril de 2018

A dura realidade de ser professor em Rio das Ostras: Representantes da categoria revelam situação da educação no município

Por LAÍS VARGAS jornalista matéria publicada na prensadebabel.com.br/index.php/2018/04/09/a-dura-realidade-de-ser-professor-em-rio-das-ostras-representantes-da-categoria-revelam-situacao-da-educacao-no-municipio/

Reajuste de 1% há 4 anos e cota máxima de material escolar são alguns dos problemas enfrentados, diz representantes do sindicato.

Professores da rede municipal de Rio das Ostras realizaram na última sexta-feira (6) mais um ato pela conquista de direitos e reivindicando uma audiência com o prefeito Carlos Augusto. O ato unificado com os moradores do município teve como objetivo chamar a atenção para as causas de cada categoria.
Inicialmente, a manifestação dos professores original aconteceu na quinta-feira (5) onde estavam presentes mais de 100 profissionais, entre professores do 1º e 2º segmento, auxiliares de desenvolvimento infantil e de creche. Por conta disso, o Prensa de Babel conversou com alguns dos líderes da categoria no município para ter uma ideia da realidade de como é ensinar na rede pública de Rio das Ostras.
Segundo os educadores, as principais reivindicações são reajuste salarial de 26%, incorporação da regência da regência ao salário, volta das matrículas para creche integral, ajustamento de conduta da aplicação da lei de 1/3 da carga horária para planejamento fora de sala de aula e melhorias nas condições de trabalho, além de material pedagógico disponível.
De acordo com o coordenador geral do Núcleo de Rio das Ostras do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (SEPE) e professor do 2º segmento da rede pública, Luciano Barbosa, toda a classe de professores está a quatro anos sem reajuste salarial, sendo que no ano passado eles receberam apenas 1% de adequação. O que, segundo ele, não chega nem perto da perda inflacionária sofrida por nós durante todos esses anos.
“Outra questão importante é o ajustamento das horas para planejamento de atividades de classe. O que o município aplica não está condizente com o que lei estadual exige. Foi feito um pedido junto ao sindicato, mas ainda não é o ideal. A prefeitura está exigindo que tenhamos que abrir mais um processo, o que levará mais um ano. Ou seja, estão tentando nos enrolar com burocracia”, comentou o coordenador geral, Luciano Barbosa.
Outra questão abordada por eles é o material pedagógico disponível para uso dos professores. Segundo o professor de 1ª segmento e integrante do Núcleo de Rio das Ostras do SEPE, Jonathan Mendonça, no ano de 2017 só pode usar 73 folhas de cartolina para as diversas atividades com seus alunos.
“Há quase uma cota sobre quantos itens de cada material cada professor pode utilizar. Utilizei esse número de cartolinas bem antes do meio do ano, depois disso tive que me virar. Esse ano não vai ser muito diferente se nada mudar. A questão de material pedagógico disponível sempre foi muito complicada e precária”, afirmou o professor integrante do sindicato. Mas não são apenas os professores que sofrem com problemas referentes a falta de investimento na Educação. Segundo coordenadora de finanças do SEPE de Rio das Ostras, Winnie Freitas, muitas pessoas que são empregadas com cargos de auxiliar de creche e auxiliar de desenvolvimento infantil sofrem com baixos salários e não recebem insalubridade.
“Elas fazem o trabalho pesado, lidam com urina e fezes, lidam muito mais diretamente com as crianças e muitas delas recebem menos que um salário mínimo. A Prefeitura argumenta que com o vale transporte e refeição há uma equiparação. Porém esses valores não são levados para a aposentadoria. Existe uma senhora que temos conhecimento que se aposentou a pouco tempo como auxiliar de creche ganhando 900 reais, sendo que gasta 600 reais de plano de saúde. Isso é imoral”, declarou Winnie Freitas.
Os problemas em relação a creche em período integral também estão sendo abordados nas negociações do sindicato dos professores de Rio das Ostras.
“Isso afeta muito as mães que tem que trabalhar. As vagas na creche foram mudadas de período integral para parcial. Porque houve uma resolução do Governo Federal que obrigava o município a aumentar o número de vagas de creches. Eles fizeram isso para contornar esse problema de vagas sem realmente fazer nenhum investimento na situação”, explicou Winnie Freitas.
Segundo o coordenador geral do SEPE e professor, Luciano Barbosa, qualquer tipo de melhoria ou decisão que tenha que ser feito qualquer tipo de investimento não é levado em consideração no município.
“Não fazem nenhum investimento real em educação na cidade há anos. O secretário de Educação de Rio das Ostras, Cezar Santa Ana, nos recebeu no dia 06/04 para tratar desses assuntos, mas não teve nenhum desejo de ouvir verdadeiramente nossas reivindicações. Marcamos uma nova reunião com o para o dia 17. Até lá veremos como a gestão do município vai trocar ideias conosco”, finalizou Luciano Barbosa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário