segunda-feira, 19 de março de 2012

Cecierj em busca do Plano de Carreira


Na última semana os funcionários da Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (Cecierj) enviaram à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, uma carta contendo diversas reivindicações, entre elas, a implementação do Plano de Cargos e Salários (PCCS), elaborado pela categoria há um ano.

Mesmo atendendo a um número significativo de alunos – cerca de 35 mil na graduação, 18 mil no Pré-Vestibular Social, além do atendimento a 100 mil pessoas em trabalho de divulgação científica – a Fundação Cecierj, segundo diz o texto da carta, ainda não tem um Plano de Carreira para seus profissionais efetivos, diferentemente do que acontece, por exemplo, com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uezo).

A instituição também vem sofrendo, segundo o documento elaborado pela associação de profissionais da Fundação, com perda no quadro de servidores e salários abaixo do que são pagos nas principais instituições de pesquisa. e acordo com os funcionários, os salários iniciais dos cargos de nível médio, técnico nível superior e de professores da Fundação ficaram estagnados de 2006 até junho de 2010, quando houve um reajuste de 22%.

Em entrevista, o diretor do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais do RJ (Sintuperj), Alberto Mendes, fala sobre os principais problemas da instituição.


Folha Dirigida – Atualmente, o quadro de professores do Cecierj atende a demanda?

Alberto Mendes – O Cecierj possui um corpo efetivo pequeno diante de sua importância na sociedade carioca. Pelo trabalho que desempenha e o serviço que presta, é uma instituição ainda muito reprimida em suas demandas internas. A quantidade de contratos e bolsistas tira o prestígio de que necessita o órgão.


Quais são os principais pontos do Plano de Carreira?

O principal ponto diz respeito à progressão e qualificação dos trabalhadores. Os professores não possuem nem mesmo um Plano de cargos, muito menos qualquer tipo de beneficio. Esta realidade é triste, pois deixa sem perspectivas profissionais de grande qualidade que, muitas vezes, passam em outros concursos e deixam a instituição. Essa evasão de recursos humanos prejudica os trabalhos e demonstra uma falta de vontade dos dirigentes em resolver os problemas.


Qual a situação do projeto do plano de carreira, atualmente?

Hoje o plano se encontra na Seplag. Já existe orçamento e o impacto é mínimo para os cofres públicos. O que falta mesmo é boa vontade. Queremos o plano de cargos como todos os outros órgãos da Sect, que já conquistaram seus planos há muito tempo, mesmo instituições que foram criadas mais recentemente, como a Uenf. E queremos benefícios que nossos pares têm, como transporte, alimentação, etc.


Como são as demandas do Cecierj em comparação às demais universidades estaduais?

Não é possível comparar o Cecierj com as universidades. Seu caráter é diferente. A instituição tem uma especificidade, pois como trabalhamos com o ensino a distância, o pessoal técnico administrativo é altamente capacitado. A maioria tem pós-graduação na área, e muitos têm mestrado e doutorado, mesmo sem receber nada pela titulação.


E quanto às condições de trabalho?

Há problemas, por exemplo, com equipamentos? Sim, e isso acarreta um clima organizacional desfavorável ao trabalho. Apesar de estar sempre em evidência na mídia, os trabalhadores não são recompensados de maneira justa. Muitos já se foram, passaram em outros concursos, mas a maioria preferiu trocar a estabilidade por melhores salários nas instituições particulares que pagam para pessoas com nosso perfil, pelo menos de quatro a cinco vezes mais o que ganhamos. Educação a Distância é assunto muito sério e o Cecierj é referência no Brasil e no mundo.


Uppes lança curso de pós-graduação

A União dos Professores Públicos no Estado (Uppes) lançou um programa de Pós-Graduação em parceria com as Faculdades Integradas Maria Thereza (Famath). O programa custa R$90, por mês, para os professores filiados ao sindicato. Serão oferecidos os cursos de Especialização em Educação Inclusiva e Especialização em Administração, Supervisão e Orientação Educacional.
 
Para fazer a inscrição, o professor deve se dirigir à sede da Uppes, a partir do dia 12 de maio. Na ocasião será necessário apresentar cópia da carteirinha de filiação, cópia autenticada do diploma de graduação, histórico escolar, cópia do RG e CPF e duas fotos 3×4. Para a coordenadora do curso, Rita de Cássia Frechete, esta é uma oportunidade para os professores darem um passo a mais na carreira. “Para nós, a pós-graduação é um setor de educação continuada. As Famath têm esse intuito de aproximar a sociedade do convívio educacional e o professor é o agente que atua diretamente na formação da sociedade”, disse.

O objetivo da iniciativa, segundo a coordenadora, é permitir ao professor a oportunidade de melhorar e dar continuidade a sua formação. “A educação é a forma ideal de aproximar a sociedade de melhores condições de vida e o professor bem qualificado é a garantia de que isso aconteça”, assinalou.

A presidente da Uppes, a professora Teresinha Machado, confirmou a relevância da especialização para os professores. “São cursos de grande importância para o magistério. Na verdade, o que queremos e lutamos é para que o professor tenha plenas condições de custear os seus estudos, seu lazer, entre outras coisas, mas enquanto não acontece a valorização salarial tentamos auxiliar o professor da melhor maneira possível”, salientou.

Para a sindicalista, a aproximação de instituições que têm como objetivo fortalecer a educação é proveitoso. “O nosso curso de pós- graduação é algo que esperamos que os professores aproveitem. O sindicato, sozinho, não tem condições de oferecer tudo o que o professor realmente merece. Por isso optamos por estas parcerias”, frisou.


ADUR-RJ cobra melhores condições de trabalho

No dia 12 de março, a Diretoria da Associação de Docentes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Adur-RJ) participou de uma reunião com professores, no Instituto de Ciências Humanas da UFRRJ, para discutir as faltas de condições de trabalho no Pavilhão de Aulas Teóricas (PAT). No mesmo dia, estudantes se reuniram para debater os problemas nas instalações e as dificuldades para assistir às aulas no prédio.
Segundo o sindicato, não ocorreram aulas até dia 14 de março, quando aconteceu a nova reunião dos dois segmentos. Os professores se queixam da falta de segurança e de equipamentos no prédio, que ainda encontra-se em obras. Segundo a direção da Adur-RJ, a acessibilidade e a iluminação são precárias e falta ventilação adequada no PAT. Os docentes ainda sofrem com falta de espaço para a orientação de alunos e preparação de aulas.

Segundo o professor Ricardo de Oliveira, representando a Administração Superior na reunião, as empresas não cumpriram o prazo para a entrega das obras. Haverá licitação para a compra de aparelhos de ar-condicionado. Conforme acordado com a reitoria, os ventiladores devem ser instalados nos próximos dias.


Profissionais realizam ato em Quintino

Na última quarta, dia 14, os servidores da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec) paralisaram suas atividades e realizaram um ato público em Quintino, dando início à campanha salarial de 2012. Professores, servidores técnico- administrativos e estudantes participaram da manifestação.

A concentração ocorreu em frente à Escola Técnica Estadual República, a partir das 10 horas. Também foram convocados professores que ainda trabalhavam e estudavam na escola técnica para que se integrassem à atividade. O ato foi organizado pelo Sindicato dos Profissionais de Educação da Faetec (Sindpefaetec).

Às 11 horas, os profissionais se encaminharam para o prédio da direção da instituição, para apresentar a pauta dos profissionais. Entre as reivindicações, estão: reajuste salarial emergencial de 36%, a convocação imediata de mais concursados e participação mais ampla do sindicato no debate referente à implementação da modalidade de ensino médio integrado.

Um grupo de manifestantes foi recebido por um representante da presidência da Faetec. Segundo a coordenadora-geral Fabiana Salles, os presentes tiveram espaço para expressar as demandas da categoria. O representante disse que encaminharia as reclamações ao presidente da Faetec. A expectativa é de que um encontro entre as partes aconteça no próximo dia 28.

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