O Sepe contesta as informações veiculadas no Jornal o Globo, nos dias 12 e 13 de maio, em matéria sobre profissionais de educação que se encontram fora de sala de aula, cedidos a órgãos públicos do estado ou municipais. Segundo a matéria “Professores trocam salas de aula pela Alerj”, a SEEDUC alega que uma das causas para a carência de profissionais nas escolas estaduais seria o “elevado” número de profissionais cedidos para diversos órgãos.
A matéria apurou que são 1.605 os profissionais que estariam trabalhado em outras secretarias, fundações, autarquias ou prefeituras. Ainda segundo a reportagem, no início do ano a SEEDUC anunciou que não iria mais arcar com os vencimentos de quem está fora da rede e que já teria sido convocados de volta para as escolas 420 profissionais e que a economia com corte dos salários dos cedidos chegaria a R$ 2 milhões por mês.
O sindicato contesta essa economia mensal de R$ 2 milhões, para chegar a tal valor o estado teria que estar pagando em média de R$ 1.877,00 por cada profissional. Quantia muito superior ao teto pago atualmente, R$ 1.511,00. Outro dado que causa espanto é o de que a SEEDUC considera os 678 professores da rede estadual que dão aulas na FAETEC como cedidos, critério de transferência criado pelo próprio governo do Estado.
Os números divulgados pela SEEDUC também mostram que 70 profissionais estariam em outras redes municipais, através de permutas. Permuta é troca de um profissional por outro, como isso poderia gerar a falta de profissionais?
Outro dado que também causa revolta é a divulgação do número de profissionais licenciados (cerca de 8 mil, segundo a matéria). As licenças médicas são concedidas pela própria Perícia Médica do Estado. E as péssimas condições de trabalho e de salários na rede é que são as principais responsáveis pelo alto índice de ocorrência de doenças do trabalho, como já comprovou um estudo realizado em conjunto pelo Sepe, Fiocruz e UERJ.
A SEEDUC tenta mascarar a carência de profissionais com dados distorcidos sobre os profissionais cedidos a outros órgãos ou os profissionais que adoecem por causa das precárias condições de trabalho. Na reportagem, a Secretaria afirma que a carência é de 3.741 profissionais, quando todos sabemos que ela é de mais de 10 mil. Mais uma vez, o governo estadual tenta jogar a culpa da falta de professores em sala de aula nos profissionais de educação.
Fonte: Sepe Central.
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