Conflito
entre alunos em escola municipal de Rio das Ostras coloca às claras a
precariedade da rede.
A Direção
do Sindicato
Estadual dos Profissionais de Educação (SEPE) - Núcleo Municipal de Rio das Ostras e
Casimiro de Abreu torna público sua
total solidariedade à comunidade do Colégio Municipal Profª América Abdalla
quanto ao episódio ocorrido entre alunos em sala de aula, no último dia 28 de
agosto. O SEPE repudia qualquer ato de violência nas escolas.
Chamamos a atenção, no entanto, para a
grave crise na rede municipal de educação de Rio das Ostras, que sofre com a
falta de investimentos, condições de
trabalho e saúde e valorização
profissional.
O SEPE
também manifesta seu total apoio aos profissionais de educação, em particular à
professora envolvida, colocando o seu Departamento Jurídico à disposição no
caso de qualquer tentativa de se colocar sobre a responsabilidade da escola e
da professora as falhas e omissões que são das autoridades municipais.
Paradoxalmente,
foi preciso um conflito de motivação banal, como anunciado, para que se
colocasse à luz do dia a precariedade da rede de ensino de Rio das Ostras, cidade conhecida pelas suas fartas belezas
naturais e royalties fartos.
No
entanto, conforme tantas vezes denunciado em diversos fóruns, falta
investimento na rede, concursos públicos são mal conduzidos, criam-se
secretarias municipais espúrias, faltam professores e funcionários
administrativos, ausência de política de construção de escolas e creches, salas
superlotadas, carga horária de trabalho excessiva, professores sem tempo livre
para planejamento e aperfeiçoamento, salários sem reajuste, dentre tantas
outras carências que acabam por conduzir a mais uma tragédia anunciada. Desta vez, felizmente, não consumada.
Incidentes como este do Colégio Municipal Profª América Abdalla vêm se repetindo de várias formas nos últimos
anos. O nível de estresse dos profissionais que trabalham nas escolas
municipais chegou a um ponto nunca visto em nossa categoria. O professor de uma
escola municipal de Rio das Ostras, no seu dia-a-dia de trabalho, convive com
turmas superlotadas; se aflige com a falta de uma política pedagógica coerente
por parte da SEMED, mudada a cada ano
sem uma discussão aprofundada com a comunidade escolar. Contribui também para a
crise da educação municipal a falta crônica de infraestrutura nas escolas e a
terceirização dos serviços.
O quadro é ainda pior,
se levarmos em conta a carga horária realizada em Rio das Ostras, sendo hoje
uma das maiores em todo estado. O que obriga os professores a terem que
trabalhar em duas e, não raro, até três escolas por dia. A prova disso é que a
SEMED, para maquiar a falta de professores na rede, permite que um professor
não só exerça sua matrícula na escola de origem, como trabalhe em mais duas
outras, fazendo o que a categoria chama de “dobradinhas”. Com isso, um
professor chega a dar 60 horas semanais de aula para cerca de 500 alunos!
E a Prefeitura
e a
Secretaria de Educação querem dizer
que a educação “vai bem, muito obrigado!”.
Infelizmente, é o que
ocorre em nossas escolas: uma categoria estressada, doente, desmotivada e
pronta para abandonar a profissão.
Neste sentido, o SEPE, que
completou 35 anos de lutas neste ano, vem reafirmar seus princípios em defesa
da escola pública gratuita, democrática, laica, universal e de qualidade
social. Desde sempre.
O SEPE somos nós, nossa força
e nossa voz!
Direção do SEPE Núcleo Rio das Ostras e Casimiro de Abreu
End.: Alameda Casimiro de Abreu, 292 – 3º and. Sl. 8 – Centro – Rio das Ostras
Tel.: (22) 2764-7730
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