Neste 27 de setembro, pela primeira vez, a rede municipal de ensino de Rio das Ostras realizou paralisação de 24 horas. Vitória da ousadia.
Recém-organizado, com poucos recursos e sem diretores locais liberados, o Núcleo do SEPE Rio das Ostras e Casimiro de Abreu confirmou antigo adágio: “A união faz a força”. No caso, a categoria e diretoria, organizadas e mobilizadas juntas são ainda mais fortes.
Esta paralisação resultou de deliberações de duas assembleias realizadas nos dias 23 de agosto e 13 de setembro. Visava, a princípio, cobrar a reabertura do diálogo com o Executivo, instalando-se uma audiência no sentido de se obter respostas as nossas reivindicações em face da campanha salarial deste ano de 2011.
Um ato público foi realizado em frente à sede da Prefeitura, seguido de uma assembleia no mesmo local. A categoria ali reunida, acompanhada por vários estudantes decidiu por um calendário de mobilização que inclui, entre outras atividades, um seminário sobre o PCCV com a presença do Departamento Jurídico do SEPE no dia 1º de outubro, sábado, e uma assembleia orçamentária no dia 5 de outubro, quarta-feira.
Em meio ao ato, uma comissão com representantes da diretoria, da categoria, dos pais e dos estudantes foi recebida pelo vice-prefeito, Pastor Broder, e pela chefe de gabinete, prof.ª Ângela Toffano. Informaram que o Prefeito Carlos Augusto estava com “problema de agenda” e que fariam o possível para agendar uma audiência nos “próximos dias”.
O ato e a assembleia transcorreram, legítima e pacificamente, apesar de forte aparato repressor imposto pela Prefeitura, fora e dentro das escolas. Fora, com agentes acionando filmadoras na tentativa de constranger os manifestantes.
Dentro das escolas, a partir do assédio moral de direções de escolas sobre os profissionais da educação. Neste dia, os próprios agentes da Secretaria de Educação partiram para as escolas, desde às 7 horas da manhã, para assediar diretores e profissionais – horário em que raramente se prestam a estar nas escolas para trabalhar.
Até mesmo os alunos – menores de idade – sofreram tal assédio – como denunciaram – chegando algumas direções a fazer ameaças em salas de aula caso apoiassem o movimento dos seus professores. Houve direção que partiu para a rua, não para apoiar o movimento, mas ameaçar publicamente alunos que se juntaram aos manifestantes na porta da Prefeitura.
Com tudo isso, os valorosos e pioneiros manifestantes não esmoreceram. Pelo contrário. Portando faixas, soando apitos, com palavras de ordem e ao som de paródias musicais saídas da velha e resistente “Kombi” do SEPE, categoria, diretoria e estudantes também resistiram e demonstraram disposição de lutar pelos seus direitos e em defesa da escola pública.
Nesta oportunidade, o Núcleo do SEPE Rio das Ostras e Casimiro de Abreu saúda e se congratula com aqueles e aquelas que nesta data fizeram história neste município, não sucumbindo às ameaças e às seduções, sejam de agentes governistas, sejam de agentes oportunistas.
Por fim, o Núcleo do SEPE Rio das Ostras e Casimiro de Abreu mantém sua disposição para reabrir o diálogo com a Prefeitura Municipal de Rio das Ostras e reafirma a convocação da categoria para a luta no próximo período.
DIGA NÃO AO AUTORITARISMO NAS ESCOLAS! PELO FIM DAS "ESCOLAS DE LATA"! EM DEFESA DA AUTONOMIA PEDÁGOGICA! PELA RESPOSTA AS NOSSAS REIVINDICAÇÕES! EM DEFESA DA ESCOLA PÚBLICA DE QUALIDADE!
Diretoria do Núcleo do SEPE Rio das Ostras e Casimiro de Abreu
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